terça-feira, 28 de abril de 2015

As Festas.

Fotografia de Henrique Martins
Mas…as festas das aldeias, porque queremos e assim está, quase, instituído, têm a maior riqueza nos encontros.
Como dizia o Henrique Mendes, naquele programa do choradinho, “A Vida é feita de encontros e desencontros”…
Mas, um dos encontros obrigatórios é o das festas da aldeia, de todas as aldeias portuguesas…
Todos os que podem, estejam em que cantinhos do mundo estiverem, reservam sempre uns dias para virem às suas géneses. Não procuram grandes shows, grandes espectáculos, grande confusão. Procuram aquela paz de espírito…uma vez por ano. Procuram aquele espaço onde são conhecidos pela alcunha e onde não passam despercebidos…
O…? Já veio? Já, vi-o ontem à noite e já estava com uma ramada…
E depois, de tarde, depois do banho…há o espaço da saudade…na esplanada do tasco. Onde se desfilam vidas sofridas, anseios, desilusões e…mais uns copos…e estórias e histórias.
Fotografia de Paulo Rodrigues
As terras de cultivo vão ficando abandonadas, secas, sozinhas como a alma das gentes mais velhas…
Os mais velhos juntam à alegria momentânea da terra, da GENTE, a lágrima escondida e a raiva sentida de saberem que, provavelmente, pertencem à última geração que vai fazer um esforço para manter vivas as nossas aldeias.
Será que…quando os nossos avós partirem…voltaremos à terra? Eles mereciam que assim fosse e tudo fazem por isso.
E nós?...faremos a nossa parte.
E A NOSSA MEMÓRIA?...
Aqui fica uma imagem de três gerações…no segundo dia de festas…falta um…
E depois?...
O Cão…sou eu e todos os que se deslumbram com os hipermercados em detrimento da horta.

HM

1 comentário:

  1. Muito bom, Henrique Mendes, quer a parte descritiva quer a grande lição que nos atiras no fim.
    É a grande verdade, as festas das nossas aldeias, são o único ponto de encontro de muitos que de lá saíram.
    Esta tradição que não se perca, esta memória que perdure no nosso cérebro.

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