quinta-feira, 16 de abril de 2015

O Verbo

Beber um copo, comer uma sandes de chouriço ou uma taça de morangos no Ti Augusto (Verbo), era garantia de um bocado bem passado.
Milhentas e todas hilariantes, seriam as histórias que se podiam contar tendo como protagonista esse homem bom e amigo que era o Ti Augusto MUNDIALMENTE, conhecido por VERBO.
Uma noite qualquer de Verão, depois de um embate nos matraquilhos do Guto, no Jardim, lá fomos “desembarrar o pote” ao Verbo.
O Marcelino estava com uma terrível dor de dentes…chegados ao Verbo, subimos as escadas até ao andar de cima onde mandámos vir uns copos e umas sandes. O Ti Augusto apercebeu-se que o Marcelino estava desesperado com o raio da dor de dentes.
- Óh rapaz, isso dói-te porque queres. Vou-te já tratar disso mas já te digo que tens que ter coragem.
O que o Marcelino queria era ver-se livre da maldita dor de dentes…e estava disposto a tudo. Mas afinal, aparentemente, a receita não era assim tão dramática…
O Ti Augusto foi buscar um copo de bagaço e pergunta ao Marcelino se estava preparado.
Resposta pronta:
- Estou, mas isso não adianta nada, convencido que ia beber o bagaço.
- Sabes lá o que dizes, resmunga o Ti Augusto. Vais prender a respiração e inspiras o bagaço pelo nariz assim de uma vez só.
O Marcelino…assim fez, tal era o desespero. Bem, a dor de dentes não passou mas nunca tinha visto ninguém pular tanto como o Marcelino naquela altura, as lágrimas caiam-lhe pelo rosto e nós, os outros, a rirmos a bandeiras despregadas com o desespero dele.
E tantas outras… O Ti Augusto gostava de demonstrar que aquilo no tasco era tudo uma família e que todos estavam como em casa…
- Ti Augusto…faça-me uma sandes de chouriço.
- Fá-la tu que tens boas mãos.
Um tipo lá entrava para dentro do balcão, pegava na faca e no chouriço e...só cortava a primeira rodela. O Ti Augusto sacava-lhe logo a faca da mão com um expressivo: - Dá cá isso que tu não sabes o que fazes. As sandes só sabem bem com as rodelas bem fininhas.
O problema…era que ninguém conseguia cortar as rodelas do chouriço tão fininhas como as cortava ele e, o chouriço, custava dinheiro ;-)

HM

3 comentários:

  1. Bons tempos, esses no VERBO! E o se violino?

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  2. Noites de tertúlias bem passadas.Ó se me lembro!! Nostalgia

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  3. Grandes noitadas a ouvir as piadas, sempre engraçadas, do Tio Augusto! Perdiam os contas às horas... Saudades da juventude!

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