segunda-feira, 18 de julho de 2011

Baçal homenageia Abade

O Abade de Baçal foi homenageado na terra que o viu nascer. A aldeia de Baçal, em Bragança, inaugurou ontem uma escultura alusiva à obra deixada pelo escritor transmontano. Até agora não existia na freguesia nenhum marco em homenagem ao Abade.
O presidente da Junta de Freguesia, João Alves, afirma que a obra em granito agora colocada no largo da aldeia enaltece a ligação desta figura emblemática à freguesia.“Este dia tem um grande significado para a nossa comunidade. É para nós um orgulho o Abade ser de Baçal, mas aqui estava muito empobrecido, porque há muita gente que vem aqui a Baçal e encontrava um vazio, não encontrava aqui nada que tivesse a ver com o Abade. A partir de hoje Baçal identifica-se como a terra do Abade”, enaltece o autarca.A população também recorda os tempos em que o abade convivia com o povo. Francisco Pinela, sobrinho em segundo grau do Abade, e Luzia Martins, que cresceu com a presença do escritor, lembram o homem poderoso que nasceu e viveu em Baçal.“O povo gostava dele e foi uma maneira de lhe prestar uma homenagem. As pessoas mais velhas lidaram com ele ainda”, salienta Francisco Pinela.“Era uma pessoa que se a gente lhe pedisse para fazer alguma coisa fazia e tinha poder para fazer. Gostava que a gente trabalhasse, gostava da lavoura e dizia que a lavoura era quem nos governava. Acho muito bem que lhe tenham erguido esta escultura, porque enquanto este mundo viver, o Abade de Baçal tem um valor infinito”, realça Luzia Martins.Depois de erguer a escultura em homenagem ao Abade, o presidente da Junta também gostava de ver recuperada a metade da casa onde viveu o escritor. O imóvel está ao abandono, mas João Alves garante que a Junta nada pode fazer. Por isso, pede às entidades privadas ou públicas que invistam na recuperação deste património. No entanto, o presidente da Câmara de Bragança, Jorge Nunes, defende que não faz sentido investir dinheiro público numa casa privada.“A casa é privada. Metade é de herdeiros e está devidamente recuperada. A outra metade que está abandonada é de privados que apresentaram um projecto de recuperação para fins de turismo rural. O município a exigência que impôs ao eventual promotor foi a de assegurar os traços de identidade dessa construção. Alguma perturbação pública que existe a esse nível resulta mais de uma sobreposição de interesses privados ao próprio interesse público”, afirma o edil.  A homenagem ao Abade parece não ficar por aqui.

No Dia da Comunidade de Baçal também foi anunciada a ampliação do largo da aldeia, que também será baptizado com o nome do Abade de Baçal.
Escrito por Brigantia

Sem comentários:

Enviar um comentário