terça-feira, 5 de julho de 2011

Aldeia de Coelhoso - Bragança

Com uma população que se aproxima das 600 pessoas, Coelhoso é a aldeia mais populosa de todas as que já visitámos. Tem 3 escolas, pré primária e telescola, onde estudam 25 alunos. Os habitantes contam com um exemplar Posto Médico, uma Casa do Povo, 4 associações religiosas, culturais e desportivas, um modelar Centro de Dia e um Pavilhão Polidesportivo.
Quanto a agricultura, ali se produz: boa castanha, bom azeite e bom vinho. Do tocante à pecuária, nos seus terrenos pastam 8 gados ovinos, com mais de 500 cabeças, havendo apenas uma dúzia de cabras. Criam umas 40 vacas mirandesas – a raça mais apropriada para aqueles terrenos. Para a faina têm mais de 100 tractores agrícolas, o que é um exagero para a parca agricultura. Quanto a nós, andam ao contrário, isto é: devia haver poucos tractores e muitas terras cultivadas. Para isso, seria fundamental constituírem uma cooperativa agrícola, porque o futuro esta nesta forma de associativismo.
 A anterior Junta de Freguesia deixou alguma obra feita, como a construção da sede própria, o arranjo de caminhos, o calcetamento de ruas e o rompimento de uma artéria. Por outro lado a actual Junta composta por pessoas dinâmicas e com espírito empreendedor, está cheia de vontade e pretende concretizar a reabilitação da Casa do Povo, construção de edifícios para as quatro associações, a par de um grande salão para actividades multidisciplinares; dignificar o Cemitério, recuperar fontes, tentar alterar o PDM no sentido de aumentar a área de construção urbana, limpar e plantar castanheiros, pinheiros e cerejeiras; reabilitar os monumentos históricos nomeadamente com aproveitamento turístico da Senhora da Ribeira, e ligação rápida com Argozelo e Coelhoso, também com aproveitamento do Santuário do São Bartolomeu (Argozelo). Como se vê, projectos não faltam; oxalátodos venham a ser concretizados nesta grande aldeia.
Noutros Tempos
Situada num vale de grande fertilidade, a freguesia de Coelhoso dista 27 quilómetros de Bragança a Sul de Bragança, sede de Concelho. Na área desta freguesia, antiga São Tiago de Coelhoso, anexa à reitoria de São Genes de Parada, passou mais tarde a freguesia independente com o título de reitoria. Pertenceu ao antigo Concelho de Izeda, até à sua extinção em 24/10/1885, passando para o de Bragança. De referir que o Mosteiro do Castro de Avelãs possuiu em Coelhoso importantes e avultados bens. Apoiados no "Dicionário Enciclopédico das Freguesias", ali se diz que "Coelhoso é terra de povoamento muito remoto que deve ascender a época Castreja. De tempos de Antanho é também o berrão que se conserva num largo no meio da povoação. Trata-se de uma escultura em granito representando uma porca (fêmea de marcação sexual bem definida) do tipo da Porca da cidade de Bragança".
Abade de Baçal falava do triste fadário que perseguia que uma pedra com o Brasão de Armas que em Coelhoso se encontra metida na parede de um quintal em frente ao Largo da Fonte Sobre as obras nas igrejas o letrado Abade refere que "Mestre José Agostinho Fernandes do lugar de Coelhoso lançou uma obra de carpinteiro e pedreiro, por 370 mil réis (…)" Acerca de Pedra de Armas não foi possível apurar a quem pertenceu. Esta gravada num bloco de granito solto deslocada do edifício em que primitivamente foi colocada e pertence (não se sabe bem como) a família do padre Francisco Manuel da Rocha, que já foi ministro da guerra. Ainda apoiada na mesma obra é pertinente dizer que em Novembro de 1880 foi autorizada Afonso Martins de Paço de Outeiro, a montar uma máquina de destilação de vinho para água ardente em Coelhoso. Saltando para o tema da etnografia, diz no o ilustríssimo Abade: "A água do milagre com que em Coelhoso espargem os gados, (Fonte dos Milagres) é correspondente à de tantas outras fontes santas relaciona-se com a água lustral do paganismo, de uso constante rios seus actos litúrgicos (…), a qual ficava benta desde que nela se apagava um tição acesso tirado da fogueira de um sacrifício". "Colocavam esta água na entrada dos templos em pias de pedra para se purificar antes de oferecer o sacrifício, da mesma forma que nos os cristãos fazemos com as pias de água benta, que naquelas devia filiar-se. É de notar que na bênção da água lustral também entrava sal" Sobre a toponímia, deixou no Francisco Manuel Alves (Abade de Baçal): "Coelhoso (Coeloso nas inquirições tiradas pelos anos de 1258), vem de Coelhoso: terra abundante de Coelhos(…). O Foral de Bragança dado em 1187, impõe a cada vizinho (fogo) a multa de duas peles de coelho, se matarem o maneirinho." O coelho deu o nome a muitos sítios do termo e povoados.

in:jf-coelhoso.pt

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