segunda-feira, 4 de julho de 2011

Tradição oral - «Homenagear os narradores da memória»

A tradição oral transmontana está a ser explicada aos mais pequenos pelo escritor e investigador Alexandre Parafita. O livro «Contos ao vento com demónios dentro» vem desmistificar a figura do demónio. «Contos ao vento com demónios dentro», a nova obra de Alexandre Parafita, natural de Sabrosa, distrito de Vila Real, conta histórias recolhidas na tradição oral transmontana.
De acordo com o autor, «através deste livro, quis também homenagear os narradores da memória». Os contos «O lencinho mágico», «A lagarta, o diabo e a borboleta», «O diabo e a cabaça» e «O jogador com pés de cabra» foram recolhidos na «memória» de idosos de Vila Real, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro e Vinhais.
Os testemunhos orais foram contados por Ilda de Jesus Paredes, Monsenhor Eduardo Augusto Sarmento, José Ramos, e Graciano Augusto Morais.
O escritor explicou ainda que estes contos tradicionais, que recorrem ao fantástico e seus estereótipos, como o demónio, lobisomens, bruxas, fadas ou ogres, pretendem também «ter um efeito catártico, exorcizando os medos e apontando algumas defesas para a vida».
«Nestas histórias, o povo procura, de resto, preservar alguns dos seus catálogos éticos, ao mesmo tempo que deslumbra os mais novos com um passado sempre longínquo e mágico», salientou.
«Promotor de todos os medos, enquanto chefe supremo do mal, o demónio é explicado aos mais novos como um ser ridículo e imbecil, um gigante com pés de barro, num jogo simbólico em que a lealdade, a inteligência e a coragem derrotam sempre a hipocrisia, a estupidez e a cobardia", explicou o autor.
Alexandre Parafita é autor de dezenas de livros no domínio da literatura oral e infantil, nomeadamente "A Comunicação e a Literatura Popular", "O Maravilhoso Popular" ou "Antologia de Contos" ou o "Conselheiro do Rei", que também recupera histórias infantis da tradição oral transmontana.
inCafé Portugal

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