domingo, 7 de junho de 2015

Parque Natural do Douro Internacional


Por entre montes, vales e socalcos se descobre o que de melhor existe, no lugar mais recôndito da região transmontana
Criado em 1988, o Parque Natural do Douro Internacional (PNDI) é uma das maiores e mais recentes áreas de protegidas em Portugal e também a que oferece as mais espectaculares e diversificadas paisagens naturais. Nesta zona, conhecida como “Douro Internacional” e “Arribes del Duero”, em Espanha, a Natureza foi pródiga na beleza paisagística e na biodiversidade. O rio Douro é o protagonista deste parque, já que além de proporcionar paisagens exuberantes, forma uma fronteira natural entre os dois países vizinhos, Portugal e Espanha.
Hoje, o Douro Internacional tem três travessias abertas a trânsito automóvel através das barragens de Miranda do Douro, Bemposta e Saucelle e as populações de ambas as margens têm uma crescente e amigável convivência, contudo, de um lado e do outro são terras igualmente isoladas e pouco desenvolvidas. O PNDI abrange uma área de 86 mil hectares, distribuídos por quatro concelhos portugueses: Miranda do Douro, Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta e Figueira de Castelo Rodrigo. Inclui nos seus limites 44 povoações, num total aproximado de 17 mil habitantes. O relevo caracteriza-se pelo encaixe da sua rede fluvial, onde os vales formam, frequentemente, vertentes escarpadas e falésias, que nalguns casos atingem os 400 metros de altura, produzindo uma paisagem de beleza impressionante.
É nestas escarpas que uma sensível comunidade de aves, algumas em perigo de extinção, possuem o seu habitat, como são os casos da cegonha preta, do grifo, da águia-real, da águia de bonneli, do milhafre-real e do abutre do Egipto. Por serem raras, estas aves estão contabilizadas e são monitorizadas por técnicos do parque que desenvolvem projectos específicos tendo em vista a sua manutenção e crescimento. O microclima mediterrânico desta área, caracterizado pela suavidade das estações frias com uma quase ausência de geadas, foi aproveitado pelo Homem para a actividade agrária onde a oliveira, amendoeira e os citrinos predominam. Essas culturas só foram possíveis pela construção de bancadas ou terraços nas vertentes ou arribas. Nessas zonas agrícolas, muitas delas já abandonadas, prolifera uma vegetação natural representada por carrascos, azinheiras, sobreiros e outras espécies tipicamente mediterrânicas onde pastam rebanhos de ovinos, caprinos  e gado bovino. Raças autóctones que produzem as mais suculentas carnes, como a carne de raça mirandesa. É um património natural que, associado às  actividades humanas e ao património cultural local, confere a esta região características muito próprias. A conjugação destes elementos justifica a sua classificação como parque natural, tendo em vista a adopção de medidas que permitam a valorização das suas características mais relevantes, nomeadamente dos pontos de vista natural, paisagístico, socioeconómico e cultural. Outra característica deste parque e ao longo do rio Douro, amaciado por cinco barragens, é a existência de duas unidades ecológicas distintas: as  arribas e as planícies que confere a este parque uma singular unidade ambiental. Enquanto em Miranda do Douro, as escarpas e arribas impõem respeito, mais a sul os vales mais suaves deleitam o olhar. São 120 quilómetros de percurso capaz de impressionar o mais céptico turista. Neste parque e durante todo o ano, além de diversos percursos pedestres, há a possibilidade de desfrutar de passeios de barco turísticos no rio Douro.
As alturas mais propícias para visitar o Douro Internacional são a Primavera (entre Abril e Junho) e o Outono (entre Setembro e Novembro). É nessas épocas do ano que as temperaturas são mais amenas, já que no Inverno é usual haver temperaturas negativas e no Verão não é raro atingirem os 40ºC.
Além disso, é na Primavera que a avifauna desta região se encontra no seu auge, com a chegada das espécies que apenas passam aqui a época de nidificação, como é o caso do Abutre-do-Egipto (também aqui chamado Criado do Cuco) e da Cegonha-preta, entre outras. Também os campos se revestem de cores, com a floração das giestas e do rosmaninho, entre outras espécies da flora que nesta altura do ano proporciona um espectáculo de cortar a respiração.
Já no Outono, são as cores dos carvalhos, dos castanheiros e das vinhas que dão a esta zona um encanto particular. É também a época dos cogumelos, que assumem uma importância gastronómica crescente e que podem, ser degustados nos restaurantes da região. No Inverno esta altura, vale a pena vir ao Douro em Fevereiro ou Março para assistir ao espectáculo das amendoeiras em flor que arrasta centenas de pessoas para ver in loco este fenómeno natural e de beleza impar. A conjugação do património natural e cultural justificam uma visita prolongada ao PNDI onde a gastronomia também tem um peso imensurável no turismo desta região onde a tranquilidade e o som da natureza impera.
in:welcomenordeste.net

Sem comentários:

Enviar um comentário