Bragança: TDT aguardada com apreensão por autarcas

A chegada da Televisão Digital Terrestre - TDT vai significar, para muitas localidades e aldeias do Interior transmontano o fim da televisão, pelo menos se não for feito um maior investimento na compra de equipamentos para receber o sinal digital. A geografia da região é um dos obstáculos à captação do sinal e algumas autarquias já começaram a pensar no desligamento dos interruptores do sinal analógico no mês de Abril. Uma frustração para os autarcas, que ainda há poucos anos fizeram investimentos igualmente avultados em equipamentos para receber o sinal analógico, que é igualmente deficiente em muitas áreas da região.
Paulo Hermenegildo, presidente da junta de freguesia de Rabal, no concelho de Bragança, lamenta que menos de uma década depois de a freguesia investir 10 mil euros num retransmissor do sinal analógico, os equipamentos não valerem agora de nada e diz que o processo de transição para a TDT não foi devidamente acautelado pela ANACOM e ainda afirma que “do investimento anterior apenas iremos aproveitar a torre, o casote que já lá está e os cabos, mas os aparelhos em si irão para o lixo”. 
“Irão ser aparelhos novos que ficarão no investimento de cerca de três mil e trezentos euros já com o IVA incluído”, acrescentou o autarca.
Através da Câmara Municipal de Bragança, a junta está a procurar junto da ANACOM apoio para este investimento de mais de três mil euros e, se porventura este apoio não chegar, vão sair prejudicadas outras obras na localidade. 
Pelo Nordeste transmontano há concelhos que já se precaveram antecipadamente, como é o caso de Miranda do Douro que, há um ano, tem instalados dois retransmissores para assegurar que, depois de 26 de Abril, data em que se dará o apagão do sinal analógico na região, todas as pessoas vão poder continuar a ver televisão, como refere o autarca Artur Nunes:
“Nós fomos contactados pela PT, no sentido de nos pronunciarmos sobre a instalação que foi feita há cerca de um ano, que está a funcionar em termos de cobertura e, de facto, até não haver um apagão geral sobre o antigo sector analógico, nós com certeza não vamos ter opiniões em contrário.”
A TDT já cobre actualmente a maior parte do país e no Nordeste transmontano os emissores e retransmissores analógicos deixam de funcionar a 26 de Abril.


in:rba.pt