quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Escultura, coulage, joalharia na Galeria História e Arte, em Bragança


A Galeria História e Arte, em Bragança, inaugura amanhã, dia 20 de Janeiro, às 17h30, uma exposição de escultura da autoria de José Luis Alonso Coomonte.
São vários os objectos artísticos de Coomonte que viajaram de San Marcial (Zamora) para se instalarem na galeria História e Arte, numa mostra que se pretende representativa do processo criativo actual do autor. Escultura, coulage, joalharia são algumas das categorias com que podemos catalogar a exposição, sublinhando um dos elementos perturbadores da prática artística de Coomonte – a pluralidade de linguagens e técnicas que abrange, numa praxis complexa e sistemática.
O ready-made, o lixo plástico, os acrílicos, são assumidos como estratégia de denúncia crítica sobre as complexas realidades contemporâneas que com descarada ironia e sentido de humor Coomonte nos confronta. Instalados numa composição exuberante evocam um banquete onde vários dramas sociais são apresentados como se das mais apreciadas vitualhas se tratassem.
Além desta composição, duas figuras em ferro forjado destacam-se, não apenas nas técnicas, fortemente envolvidas pela transformação manual dos materiais, mas também pelos conteúdos simbólicos do título que as acompanha que nos remetem para o imaginário literário; Para Coomonte Calisto e Malibea são quase totens, presidem solenemente o banquete como guerreiros estóicos dos valores emocionais, resistentes à deflagração de formas, cores, materiais e imagens que avassaladoramente preenchem hoje o nosso olhar.
Sem nunca perder o sentido estético e valorizando a intensidade da prática visual o autor apresenta-nos múltiplas expressões criativas evocando a inquietação que ele próprio experimenta.
José Luis Alonso Coomonte nasceu em 1932 em Benavente, Zamora, Espanha, estudou em Madrid, na Escola de BelasArtes San Fernando. Em meados da década de 50 viajou a Paris e nos finais da década, entre Madrid e Benavente, realizou diversas obras públicas para estas cidades e também para Zamora e León, iniciou nesta época a prática docente que se estendeu mais tarde à Universidade de Salamanca. Na década de 60 foi premiado, com a Medalha de Ouro em Escultura, na Bienal de Arte Sacra de Salzburgo, expôs no Palácio de Belas Artes de Bruxelas, na II Bienal de Paris, Museu de Arte Contemporânea de Paris, na Exposição Mundial de Nova York e representou Espanha na Exposição España en México. Em colaboração com Carlos Muñoz de Pablos e Francisco Argüello criou o grupo “Gremio 62” expondo em conjunto na Dirección General de Bellas Artes em Madrid e na Galería Nouvelles Images, emHaya. A obra plástica de Coomonte continua a espalhar-se por uma imensidade de espaços públicos, de interiores institucionais, museus, passos processionais cristãos ou ornamentos de sinagoga, mas também, em colecções privadas e no seu efervescente ateliê em San Marcial, porque a compulsão criativa de Coomonte leva-o a uma constante busca de materiais, técnicas, temas e evocações mas, sobretudo, a nunca parar de procurar.

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