domingo, 22 de janeiro de 2012

Instituições preocupadas com aumento de problemas de demência


Fotografia © Rui Manuel Ferreira / Global Imagens

As instituições de solidariedade católicas do Distrito de Bragança defenderam hoje a criação de uma nova resposta social destinada especificamente a casos de demência nos idosos que têm vindo agravar-se nesta região.
As doenças do foro psicológico constituem uma nova preocupação destas instituições, que se reuniram hoje, em Bragança, num encontro promovido pelo bispo da Diocese para traçar o retrato social do Nordeste Transmontano.
As 82 instituições da Igreja são responsáveis por mais de dois terços do apoio social num dos distritos mais envelhecidos do país, que necessita de novas respostas para a Terceira Idade.
"No nosso distrito havia necessidade de algumas instituições específicas nesta área das doenças mais do foro psicológico vocacionadas para a Terceira Idade", defendeu Fernando Fontoura, o pároco responsável por fazer o retrato social da diocese.
Segundo disse, estas doenças "têm vindo a agravar-se neste distrito" e, embora as instituições existentes estejam a tratar esses casos, entende que seria necessário outro tipo de respostas, adequadas à especificidade do problema.
Até porque, como referiu, estes casos "tornam um pouco mais difícil" o trabalho destas instituições, que ficam sem capacidade de dar respostas a outros utentes.
Mais de metade dos perto de oito mil utentes de todas as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) do Distrito de Bragança são idosos e continua a haver listas de espera.
Fernando Fontoura considera, porém que "terá de haver uma "limpeza" das listas de espera", com a elaboração de uma base de dados das pessoas que procuram as várias instituições, para perceber se há multiplicação de inscritos.
Segundo o retrato social traçado, esta região apresenta "dificuldades acrescidas, pela interioridades, falta de acessibilidades, baixos rendimentos, dificuldade de acesso à saúde e uma rede de transportes deficitária, entre outros constrangimentos.
Ainda assim, a experiência destas instituições perspetiva que, o impacto da crise "será menor".
A perspetiva é corroborada pelo responsável distrital da Segurança Social, Martinho do Nascimento, que garantiu que aquele serviço não tem registado no atendimento "uma amplitude de maior risco".
O que mais preocupa o bispo da Diocese de Bragança-Miranda, José Cordeiro, "são aquelas pessoas que vivem na chamada pobreza encoberta, que até agora viveram relativamente bem e hoje se veem obrigadas a remeter-se para dentro de casa, envergonhadas com a sua própria situação".
Com este encontro, o bispo diocesano quis impulsionar uma maior articulação entre as instituições "de modo otimizar recursos para melhores respostas".
O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), Lino Maia, defendeu, no encontro, que "o grande desafio destas instituições é o envolvimento da comunidade porque da parte do Estado não pudemos esperar muito mais".

in:dn.pt

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