sábado, 14 de janeiro de 2012

Olivicultores poderão vir a ganhar dinheiro no mercado do carbono


Os olivicultores portugueses poderão ter uma nova fonte de rendimento no negócio da venda de créditos de carbono a empresas ou países poluidores, foi hoje anunciado num seminário sobre o azeite, em Mirandela.
O olival é uma fonte natural de renovação do oxigénio que as organizações do setor querem que venha a ser certificado como um elemento de sequestro de carbono, as conhecidas emissões de CO2.
A decisão depende de Bruxelas e das negociações em curso para a nova Política Agrícola Comum.
Se a União Europeia aceitar o olival como elemento de sequestro de carbono, os olivicultores vão poder vender o saldo positivo de ar puro aos mais poluidores, tal como já acontece entre países aderentes ao protocolo de Quioto.
O negócio pode valer um rendimento anual médio de 500 euros por olivicultor, segundo contas de António Branco, presidente da Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro (AOTAD), a promotora do seminário de hoje, em Mirandela.
 "O sequestro de carbono pode ser uma oportunidade porque, atendendo a que neste momento os EUA entraram para o mercado de carbono, através do protocolo de Quioto, poderá haver um mercado associado à venda efetiva de créditos de carbono e poderá ser também uma oportunidade", considerou.
Segundo disse, "uma tonelada de carbono pode valer até 50 euros" e um hectare de olival pode concentrar 10 toneladas, segundo ainda o dirigente, que calcula para o caso um rendimento de 500 euros por ano de créditos.
A questão está agora em aberto em sede da discussão da PAC na União Europeia e o presidente da AOTAD pediu o empenho do governo português nesta questão ao secretário de Estado da Agricultura, no encerramento do debate.
Isto porque, segundo o dirigente, se Bruxelas não incluir o olival português no sequestro de carbono, não só se perde a oportunidade de negócio das quotas, como os olivicultores sofrem um corte de 30% nas ajudas diretas da Europa, que corresponde à compensação pelo estatuto.


OJE/Lusa

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