sábado, 25 de fevereiro de 2012

Saúde Materna e Obstectrícia debatidas no IPB


Conhecer melhor o papel do enfermeiro especialista em saúde materna e obstetrícia é o objectivo de uma conferência, que decorre hoje,pela primeira vez, no Instituto Politécnico de Bragança. Destinada não só a profissionais de saúde mas também a grávidas, a casais que estão a pensar em ter um filho e à população em geral.
A enfermagem de saúde materna e obstetrícia é hoje tema de uma conferência, pela primeira vez no Instituto Politécnico de Bragança. Uma iniciativa do Primeiro Curso de pós Licenciatura de Especialização em Saúde Materna e Obstetrícia.
 Ana Azevedo, da organização, explica que é importante ter cuidados com a saúde das mulheres no período da gravidez, do parto e pós-parto. Mas esta conferência não é só para enfermeiros. Qualquer pessoa ligada à área da saúde e mesmo grávidas ou casais que estão a pensar em ter um filho podem ficar mais informados sobre estes temas. “O conhecimento não deve ser estanque e nesta área muito menos. A população que servimos não são utentes doentes mas sim que estão a atravessar uma etapa diferente. Por isso, entendo que uma grávida ou casal que pretenda ter filhos devem saber quais são os recursos que a nossa comunidade lhe pode oferecer no âmbito da saúde”, revela.
Na abertura da conferência esteve Vítor Rocha, secretário do Colégio de Especialidade de Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica, da Ordem dos Enfermeiros. O responsável considera que não só na região transmontana mas também a nível nacional, nem sempre os enfermeiros especializados nesta área são devidamente reconhecidos.“Não é o interior que está mal desenvolvido nessas matérias mas todo o país. Ou melhor, as competências existem, estão bem legisladas, a formação académica está muito bem definida, está de acordo com as directivas europeias. O país é que não aproveita as nossas competências. Num momento em que estamos em crise orçamental, há vários estudos que comprovam que utilizar bem as competências dos enfermeiros especialistas é muito bom em termos económicos. Torna-se mais barato sem perda de qualidade ou até com um aumento de qualidade”, afirmou.
Também as grávidas devem saber que há casos em que podem recorrer a estes profissionais e não necessariamente a um médico obstetra.“As grávidas devem descobrir que existe um profissional de saúde que está muito bem preparado para vigiar a sua gravidez de baixo risco, por exemplo, de forma autónoma e que não o pode fazer porque uma credencial passada por um enfermeiro especialista para fazer uma ecografia, não é comparticipada pelo estado, o que não está correcto, porque nós competências para isso. Se aparecesse uma grávida nesta conferência, ficaria a saber que existe mais uma opção para a sua vigilância, de forma especializada, a um custo mais reduzido do que ir a um médico obstetra, por exemplo, com a mesma qualidade”, considera.
 Em Portugal há mais de 2 mil enfermeiros especializados nesta área. Em Bragança o curso tem 14 alunos. Uma especialização reconhecida internacionalmente, o que pode abrir portas aos jovens enfermeiros.“Eu penso que neste momento na região há carência de pessoal especializado nesta área. Não sei se há possibilidade para todos mas penso que nem toda a gente quer ficar em Bragança. Esta é uma especialidade reconhecida internacionalmente o que permite que as pessoas se trabalhar lá fora”, refere Aldina Ribeiro, aluna do curso de especialização. “Trabalhar em Portugal é muito complicado. Há partida seraá para ir para fora porque cá não há ofertas de emprego para enfermeiros”, admite uma aluna de enfermagem. 
Especialistas da enfermagem de saúde materna e obstetrícia reunidos hoje, pela primeira vez, no Instituto politécnico de Bragança.


Escrito por Brigantia
in:brigantia.pt

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