quinta-feira, 29 de março de 2012

Diocese Bragança/Miranda - As Lectio Divina vão continuar


Foto: A.P.

Leitura e reflexão a partir do Evangelho, todas as primeiras segundas-feiras de cada mês, a partir de Maio
Dada a grande adesão e a vontade manifestada pelos participantes na catequese quaresmal, orientada pelo Bispo diocesano, que decorreu neste período, a leitura e reflexão orante da Palavra (Lectio Divina) vai continuar a realizar-se todas as segundas-feiras de cada mês, numa organização que continuará a envolver o Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil, os movimentos de jovens do distrito e as paróquias da cidade de Bragança. “Pela participação das pessoas, em particular dos jovens, é uma iniciativa bem sucedida que queremos continuar”, referiu D. José Cordeiro, Bispo da diocese, na última Lectio Divina antes da Páscoa, realizada na passada segunda-feira, dia 26, referindo, ainda, que esta adesão constante e continuada constituiu algo de surpreendente. 
“Fizemos seis e é para continuar, agora uma vez por mês, porque é uma forma de rezar, uma forma de conhecer melhor a Palavra, de conhecer melhor Cristo”, acrescentou o Bispo diocesano, sublinhando a importância da participação dos jovens, que estão numa altura da vida em que se está mais desperto e aberto a “uma resposta comprometida com o Evangelho”. 
O P. Eduardo Novo, director do Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil, sublinhou também a importância das Lectio Divina para ajudar os jovens a um “encontro pessoal com Cristo”. Outro dos pontos que destacou foi o facto de esta organização envolver os diferentes grupos juvenis, as diferentes paróquias e diferentes gerações de pessoas. “Fortificou-nos naquilo que é ser cristão, sobretudo aquele dom de aprofundamento desta escuta orante de Deus. Possibilitou, ao mesmo tempo, a unidade na diversidade”, explicou o P. Eduardo Novo, referindo que todos os movimentos juvenis e paróquias se empenharam e participaram activamente na organização desta iniciativa. “Algo que poderia ser impensável tornou-se realidade, aquilo que é a capacidade de, como cristãos, vivermos da comunhão, na promoção da celebração”, afirmou. 
Esta é também uma reflexão conjunta que “não se encerra na cripta da Catedral, mas que cada um “continua a repercutir na sua vida”. O P. Sobrinho Alves, pároco da Sé, sublinhou o facto das Lectio Divina, celebradas na cripta da Catedral, terem contribuído, também, para aproximar as pessoas deste templo. Por outro lado, este conjunto de sessões “criaram um clima de oração, de alegria” e aproximaram os jovens da Igreja. “Conseguiu-se que, realmente, um grupo tão grande de jovens estivesse aqui todas as segundas-feiras a rezar, a cantar, a fazer silêncio”. Para o pároco, isto é o início de algo “de novo” que está a acontecer na diocese, pela mão do novo Bispo, também ele jovem. Os jovens envolveram-se activamente nos momentos musicais e decoração do espaço onde decorreram as Lectio Divina. Na última, o Secretariado da Pastoral Juvenil contou, também, com a colaboração de uma empresa privada (de José Maravilha), que cedeu, gratuitamente, um conjunto de oliveiras para plantação. 
Esta decoração vai ainda ser utilizada no Domingo de Ramos. Recordamos que a primeira Lectio Divina orientada pelo Bispo diocesano, decorreu antes do Natal, no Tempo do Advento. Durante a Quaresma, realizaram-se cinco, e todas incidiram sobre o Evangelho do Domingo seguinte. A partir de Maio, D. José irá escolher, entre os textos do Evangelho, aquele que considere relevante para uma reflexão e oração. “O próximo tema que pensei está relacionado com as Bodas de Caná, com o entendimento da nossa fé como uma relação de amor, que é sempre uma questão de amor de Deus para connosco, de nós para com Deus”, explicou. A próxima Lectio Divina terá lugar em Maio, porque, em Abril, a partir do próximo Domingo, entramos da Semana Santa e, no dia 29 desse mês tem lugar, na Catedral, a celebração do Dia Diocesano da Juventude, que coincide com o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Ficou estabelecido que o Dia da Juventude passará a ser assinalado no Domingo após a Páscoa. Esta primeira celebração terá lugar na Catedral, em Bragança, mas, seguindo uma sugestão do Secretariado da Pastoral Juvenil, nos próximos anos, o Dia da Juventude poderá passar a ser assinalado em outros templos da Diocese.
D. José apela a uma maior participação na Missa Crismal
A Missa Crismal, na Quinta-feira Santa, constitui o momento em que os sacerdotes da diocese são chamados a renovar os seus votos. É também o momento em que são benzidos os óleos dos catecúmenos e dos enfermos e se consagra o óleo do crisma, todos os elementos que servem aos Sacramentos, ao longo do ano. No entanto, constituindo um momento que congrega todos os sacerdotes da diocese, costumam ser poucos os fiéis que participam nesta celebração eucarística, cuja importância para a vida da Igreja, D. José pretende sublinhar. Por esse motivo, convida todos os que possam, apesar de se tratar de um dia de trabalho, a estarem presentes nesta celebração.
Lectio Divina de Domingo de Ramos
Na Lectio Divina da passada segunda-feira, que incidiu sobre o Evangelho do Domingo de Ramos na Paixão do Senhor, D. José começou por expor as perguntas que S. São Marcos fez no seu Evangelho: “quem é Jesus e quem é o discípulo”. A resposta à pergunta “quem é Jesus” surge da boca do centurião, um pagão e um estrangeiro: «Na verdade, este homem era Filho de Deus». O Bispo diocesano explicou que esta frase do centurião, “é uma verdadeira confissão de fé e aparece mesmo como a primeira confissão de fé da história cristã. Jesus é verdadeiro homem e verdadeiro Deus”. Contudo, a narrativa do Evangelho do próximo Domingo constitui “um balde de água fria e desilusão para todos os que esperavam um messias guerreiro, defensor da independência de Israel. O homem, que entrou na cidade santa montado num burro, não quis exibir a sua força. 
Ele é um homem de paz e aceita o entusiasmo da multidão que aclama “bendito aquele que vem em nome do Senhor”. O Messias esperado, chegou. Todavia, a revelação acontece pela paixão e pela morte cruel na cruz, o máximo do amor pelos discípulos e por todo o povo”. Citando João Paulo II (Vigília Tor Vergata 2000), D. José sublinhou: « É Jesus quem suscita em vós o desejo de fazer da vossa vida algo de grande, a vontade de seguir um ideal, a recusa de vos deixardes submergir pela mediocridade, a coragem de vos empenhardes, com humildade e perseverança, no aperfeiçoamento de vós próprios e da sociedade, tornando-a mais humana e fraterna». 
A segunda pergunta, “quem é o discípulo”, tem a seguinte resposta: “Discípulo é aquele que acolhe a palavra de Deus e reconhece que tudo é dom de Deus, agradecendo com a própria vida. Onde não há amor não pode haver vida. Deus não está presente num coração ausente”. D. José concluiu, dizendo que “a Palavra visível de Deus exprime-se ao longo de toda a história da salvação e tem a sua plenitude no mistério da encarnação, morte e ressurreição do Filho de Deus. A cruz e a Páscoa são inseparáveis, ou seja, a cruz sem a Páscoa é sem sentido e a Páscoa sem a cruz é vazia”.


Por: Ana Preto
in:mdb.pt

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