quinta-feira, 22 de março de 2012

Douro: Autarcas preocupados com o possível abaixamento do caudal do rio anunciado pelos espanhóis


 O presidente da Câmara de Torre de Moncorvo defendeu hoje a necessidade de criar reservas estratégicas de água nos afluentes do Douro, de forma a colmatar situações de seca e repor os níveis do caudal do rio.
Aires Ferreira reagia assim a notícia avançada pela Lusa de que Espanha vai aplicar no Douro o regime de exceção previsto no Convénio de Albufeira, que gere os rios ibéricos e que levará a que o caudal do rio desça abaixo dos mínimos.
"Enquanto Espanha tem mais de 20 barragens na bacia hidrográfica do Douro, em Portugal não há uma única para acorrer a situações de seca como a que estamos a atravessar", justificou autarca.
Para o também presidente da Associação de Municípios do Baixo Sabor, está é uma questão de " soberania" e que vem demostrar a necessidade de criar as ditas reservas estratégicas, que possam ajudar a repor o caudal do rio Douro em tempo de seca.
"Portugal tem nesta matéria de saber resolver os seus problemas, para não estar de mãos postas perante os espanhóis para atenuar os problemas de armazenamento de água", frisou aires Ferreira.
O Convénio de Albufeira, que gere os rios ibéricos, determina em regime de exceção que estes caudais não se aplicam quando a pluviosidade é inferior a 65 por cento da média acumulada na bacia nesse período.
Já Gustavo Duarte presidente da Câmara de Vila nova de Foz Côa mostrou-se igualmente preocupado com o anúncio do possível abaixamento de caudal do rio Douro.
"Tudo o que seja reduzir o caudal do rio em tempo de seca é preocupante para as populações ribeirinhas", disse Gustavo Duarte.
O autarca disse desconhecer a" legitimidade" que os espanhóis têm nesta matéria, já que a noticia avançada o apanhou de surpresa.
Gustavo Duarte acrescentou que caso se venha a concretizar esta intenção, sectores como a produção de energia e a agricultura vão-se ressentir.
Por seu lado, Artur Nunes, autarca de Miranda do Douro, destaca as questões ambientais, as quais estão diretamente ligadas ao abaixamento do caudal do Douro.
" O abastecimento de água ao concelho é feito a partir de captações no rio Douro e caso se verifique um abaixamento drástico caudal, poderemos correr o risco de haver falta de água tanto em quantidade como em qualidade para as populações", disse o autarca.
Artur Nunes fala igualmente em "problemas ambientais" que podem surgir com o desenrolar da situação, acrescentando que "falta saber como o Governo português faz o controlo dos caudais".


FYP (ASP)
Lusa

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