quarta-feira, 4 de abril de 2012

Em Bragança também se faz música

Foram 60 os músicos que aceitaram o repto da Vamusica e, na semana passada, vieram a Bragança participar no primeiro estágio de instrumentos de sopro e percussão. E eles vieram de todo o país, mas sobretudo do distrito de Bragança. No final, proporcionaram um concerto na Catedral de Bragança.
De acordo com Vítor Gomes, "toda a gente se conhece no mundo das bandas filarmónicas e palavra puxa palavra", daí que tenham vindo músicos do Algarve, do Minho, das Ilhas e, claro, do distrito de Bragança. "A vantagem é lidarem com colegas de vários pontos com formas de trabalhar diferente", sublinhou.
No distrito, apesar de haver dezenas de bandas filarmónicas, nota-se "a falta de formação" nesta área, com excepção do Conservatório de Bragança e da Escola Profissional de Mirandela, a Esproarte.
A conduzir o concerto esteve Hugo Diz, maestro natural de Vimioso, mas de apenas 24 anos. A condução de bandas, essa, confessa que aconteceu "por acaso". "Hoje em dia não é fácil cativar os jovens. Hoje preferem o computador a outra coisa qualquer. Por isso, a iniciativa deve partir dos pais, é a única maneira", sublinha. Hugo Diz licenciou-se em trombone mas a direcção de bandas surgiu "um bocadinho na brincadeira". "Não era isto que tinha idealizado para mim mas aceitei e dá-me muito gozo", garante, enquanto explica que "este primeiro estágio serviu para mostrar que em Bragança também há bons músicos e se consegue fazer música. Estamos num meio em que a música é vista não como um trabalho mas como um hobby". Por isso, promete que ainda haverá "muitos mais estágios".
De Lamego, por exemplo, veio Tiago Rodrigues, de 21 anos. É aluno da Esproarte, de Mirandela, e escolheu esta formação "porque é um local isolado do litoral, onde a música está mais evoluída", mas é "preciso mostrar que aqui também se faz música".
Estudante de fagote (instrumento de sopro), acolheu a música quase por acaso. Um dia estava em casa, sentado no sofá, quando foi desafiado por um tio para se inscrever na banda da terra. "Eu não queria mas tanto me deu na cabeça que acabei por ir", recorda. E hoje garante que não se arrepende.
Tal como Hélder Fernandes, de Bragança, que se dedica à música há mais de 20 anos. Toca trompete e aproveitou "para aprender mais", até porque "estas oportunidades são raras, sobretudo em Bragança.

in:jornalnordeste.com

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