quinta-feira, 31 de maio de 2012

Autarcas transmontanos decidem participar no Enterro da Justiça

Seis municípios do distrito de Bragança vão participar no Enterro da Justiça, uma manifestação contra o novo Mapa Judiciário, que poderá fazer desfilar dezenas de carros funerários pelas ruas de Lisboa.
A acção, agendada para o dia 10 de Junho, está a ser preparada pelos cerca de 60 autarcas afectados pelos cortes da tutela, que reúnem amanhã, em Coimbra, para decidir as formas de luta definitivas.  A Brigantia sabe, no entanto, que o Enterro da Justiça e o desfile de carros funerários são alguns dos modelos em cima da mesa, embora nenhum dos autarcas do distrito destape a ponta do véu.Na reunião realizada ontem em Bragança, os representantes dos seis municípios que podem ficar sem tribunal não avançaram pormenores.
O presidente da Câmara de Vinhais adiantou apenas que será uma grande manifestação de autarcas, sem multidões e gastos de dinheiro.“Será algo que terá grande impacto na comunicação social e no país.
O que se pretende é que o país perceba a injustiça que estão a fazer com os concelhos onde querem encerrar os tribunais pois estão a mexer com os direitos fundamentais das pessoas”, refere Américo Pereira. “Esta será uma manifestação suprapartidária que vai envolver os autarcas enquanto representantes das populações e não podemos estar à espera que esta proposta se torne definitiva e temos de defender os interesses das populações”.
Mesmo sem certezas, o certo é que o figurino proposto não agrada a todos.
O autarca de Carrazeda de Ansiães, discorda do modelo adoptado, dado que a manifestação coincide com o Dia de Portugal.“Eu concordo com qualquer manifestação contra a extinção de serviços no nosso município, mas tenho a dizer que não concordo com o tipo de manifestação e figurino para o dia em que ela vai ser feita”, considera José Luís Correia.
Divisões à parte, há também presidentes de Câmara que utilizam a ironia para condenar as propostas do Ministério da Justiça. Artur Pimentel, autarca de Vila Flor, diz que só é possível encerrar tribunais no distrito, porque a população é tão bem comportada que até dispensa a barra da Justiça.“A minha opinião tem de ser irónica porque o Governo olha para nós como gente tão bem comportada que não precisa de justiça aqui, há a justiça natural e portanto não é necessário julgamentos nem tribunais”.
Recorde-se que o Ministério da Justiça divulgou, em Janeiro, uma proposta para a reforma do Mapa Judiciário que previa o encerramento de quatro tribunais no distrito de Bragança, um número que pode aumentar para seis, segundo os dados mais recentes.


Escrito por Brigantia
in:brigantia,pt

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