sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Diocese de Bragança-Miranda junta instituições para estratégia conjunta de resposta à crise


A Diocese de Bragança-Miranda juntou hoje várias instituições sociais locais para impulsionar um trabalho conjunto de resposta às solicitações crescentes devido à crise.
Um plano articulado entre todas as instituições é o que propõe a Comissão Diocesana da Justiça e Paz, um órgão da diocese que funciona como observatório das realidades da região e que lançou hoje este debate nas chamadas conferências do Paço.
"É preciso haver uma estratégia na diocese" defendeu Francisco Cepeda, presidente da comissão, explicando que o propósito é conseguir articular um plano para que as instituições deixem de trabalhar isoladamente c e consigam, em rede, dar uma resposta mais global, eventualmente com menos recursos.
"Para isso tem de saber primeiro o que as outras estão a fazer. Na nossa diocese cada instituição trabalha de per si, não sabe o que está a fazer o vizinho do lado, muitas vezes há atuações que eventualmente vêm duplicar um serviço que já estava ser prestado e que vão utilizar dinheiros que são escassos e que não era necessário", concretizou.
Entre todas as instituições sobressai a certeza de que "os problemas são cada vez mais graves e vão aparecendo com cada vez com mais frequência", o que se reflete já na dificuldade que começam a sentir para dar resposta a todas as solicitações.
Para a estratégia comum proposta contam também com o Estado que, para Francisco Cepeda, "não se pode demitir das suas funções", mas "será mais fácil ajudar se estiver perante estratégias concretas, bem elaboradas".
A dinâmica da Diocese de Bragança-Miranda surpreendeu o presidente do Secretariado Nacional da Pastoral Social, Pereira de Almeida, por contrastar com as dificuldades que tem observado a nível nacional para este trabalho em rede.
"Cada instituição parece voltada para si própria e duplicar inutilmente os esforços, quando podia ser potenciado com instituições ao lado e, se na diocese, essas instituições se puderem articular de forma a potenciar todos os campos e linhas de ação, parece-me muito justo", declarou.
Em Bragança encontrou "vivacidade, confiança e determinação" que "não é habitual encontrar noutras dioceses" e que associou à juventude do mais novo bispo de Portugal, que tomou conta da diocese transmontana há pouco mais de um ano.
José Cordeiro quer "envolver todas as forças, organizações, todas as pessoas de boa vontade na ação muita alargada" e "dar uma resposta ao contexto do Nordeste Transmontano".
O bispo diocesano admite que o Natal que se avizinha será mais exigente no plano social porque "os problemas das pessoas estão a aumentar e a procura das instituições está a ser muito grande".
"Mas até nisso podemos viver o Natal de uma maneira mais evangélica: o pouco que nós temos bem distribuído, chega para todos e ainda sobra", enfatizou.

HFI // MSP
Lusa/fim

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