quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Justiça foi lenta no caso de Arnal

A GNR de Carrazeda pediu ao tribunal, há um mês, mandados de detenção e busca domiciliária, e uma perícia à personalidade de Avelino Martins.
A Justiça foi lenta e permitiu que matasse um homem, em Arnal.
Ao que apurámos, no dia 16 de Outubro de 2012, a GNR enviou um relatório ao Procurador Adjunto do Ministério Público (MP) do Tribunal de Carrazeda de Ansiães, dando-lhe conta das agressões e ameaças de morte protagonizadas naquele mês por Avelino Martins, de 28 anos, principalmente em Arnal, aldeia onde se tinha instalado em Julho do ano passado e onde todos os temiam.
Deixara em Mem Martins, Sintra, um longo registo criminal e não fez por se integrar socialmente. Para o expulsar da aldeia foi apresentado no posto da GNR, no dia 11 de Outubro, um abaixo-assinado subscrito por 54 dos cerca de 80 moradores de Arnal, em que manifestavam um grande sentimento de insegurança. Até houve familiares a assinar o documento.
Cinco dias depois a GNR solicitou ao procurador do MP que promovesse junto do juiz de instrução criminal a emissão de mandados de detenção para apresentação do indivíduo a primeiro interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação, tendo em conta vários crimes já praticados. A Guarda pediu também autorização para efectuar uma busca domiciliária à sua residência para apreender as armas brancas que tinha em sua posse e sugeriu a submissão do indivíduo a uma perícia de avaliação de personalidade e de perigosidade, já que até então tinha demonstrado comportamentos de psicopata com personalidade anti-social.
No relatório, a GNR de Carrazeda apresentou fortes e suficientes indícios de que Avelino Martins tinha praticado oito crimes, nomeadamente, ofensas à integridade física qualificada, ameaça, dano, ameaça com prática de crime, detenção de uma arma proibida e de manter em seu poder outras armas proibidas que poderiam ser usadas noutros crimes. Mas nenhuma das propostas da Guarda foi implementada a tempo de poder evitar que Avelino Martins cumprisse as ameaças que há algum tempo fazia aos moradores de Arnal, nomeadamente que “teria de matar um ou dois para ir para a cadeia, pois lá teria sustento”.
No domingo, cerca de 01.00 hora da manhã, Avelino matou brutalmente Luís Norberto da Silva, com tantas facadas como os anos da vítima: 57. Os golpes foram feitos, segundo a GNR, com uma faca de matar porcos. Vai aguardar julgamento em prisão preventiva.


Escrito por Rádio Ansiães (CIR)

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