segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Personalidades portuguesas e europeias instam os líderes da UE a apoiar o programa Erasmus

Vasco da Graça Moura, Fernando Carvalho Rodrigues, Teresa de Sousa e Manuel José Santos Silva são os vultos do meio cultural, académico e jornalístico português que subscreveram a carta. 
Os signatários de todos os Estados Membros da UE, em que se incluem o realizador de cinema espanhol Pedro Almodóvar, o presidente do FC Barcelona, Sandro Rosell, o Prémio Nobel Professor Christopher Pissarides e vários campeões olímpicos, fazem-se eco da preocupação de que as vagas para estudantes e as bolsas disponíveis no âmbito do programa possam ter de ser drasticamente reduzidas devido às disputas em torno dos orçamentos da UE para 2012 e 2013. 
O programa enfrenta já um défice de 90 milhões de euros no corrente ano e receia-se que a situação piore em 2013. 
Nos últimos 25 anos, o programa Erasmus permitiu a quase três milhões de jovens europeus estudar no estrangeiro. 
Mais recentemente, este programa apoiou também a realização de estágios em empresas noutro país. Toda uma geração aprendeu o significado de viver e de trabalhar com pessoas de outras culturas e a importância de desenvolver as qualificações e a versatilidade que são essenciais para o mercado de trabalho de hoje. A carta adverte para o facto de que, se os orçamentos da UE para 2012 e 2013 não forem suficientes para cumprir os compromissos já assumidos para com os estudantes, «milhares de estudantes poderão ser privados de uma experiência que lhes pode mudar a vida». 
Esta ameaça que impende sobre o programa não poderia vir em pior altura para os jovens europeus. 
O desemprego dos jovens entre 15 e 24 anos aumentou 50 % desde o início da crise e, atualmente, um em cada cinco jovens europeus - mais de cinco milhões - está sem emprego. A carta pede que o investimento na educação e na formação ocupe um lugar central na resposta da Europa à crise. Chama também a atenção para os planos da Comissão de aumentar as oportunidades de melhoria das competências e da empregabilidade dos jovens através do novo programa «Erasmus para Todos», cujo lançamento está previsto para 2014. A carta conclui que: «O programa “Erasmus para Todos” representará um custo inferior a 2 % do orçamento total da UE. 
Nas próximas semanas, os Chefes de Estado e de Governo da UE serão confrontados com a oportunidade única de aprovar o novo programa e garantir-lhe os recursos necessários. Os nossos jovens merecem esse contributo. O nosso futuro depende dele.» Androulla Vassiliou, Comissária responsável pela Educação, Cultura, Multilinguismo e Juventude, congratulou-se com a publicação da carta. «O programa Erasmus tem vindo a mudar vidas e a abrir horizontes há 25 anos. 
Espero que continue por muitos mais anos. Os jovens tiveram de suportar o peso da crise e precisam do nosso apoio agora mais do que nunca. Estou orgulhosa e emocionada pelo facto de tantas pessoas, de diferentes estratos socioculturais, terem declarado o seu apoio ao programa Erasmus».

1 comentário:

  1. O programa de apoio à educação, é prioritário para as necessidades de desenvolvimento de qualquer país.
    Precisamos de pessoas altamente qualificadas que inovem, criem, investiguem, para que a sociedade possa evoluir em todas as dimensões.
    Tomando o exemplo de Portugal, em que os altamente qualificados, estão a ser aproveitados noutros países, sem terem investido neles (mais valias, corremos o risco, com os cortes que estão a fazer neste sector (os Reitores já a denunciaram), de termos um ensino deficitário e quando este país, estiver, ou for conduzido para políticas de crescimento, vamos ter um déficit de pessoas qualificadas que possam fazer a diferença, para estabelecer a competitividade.

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