terça-feira, 20 de novembro de 2012

Produção de azeitona com quebras de 20 a 30 % em Trás-os-Montes

Os olivais transmontanos têm este ano menos azeitona, com uma redução «de 20 a 30» % da produção e quebras do rendimento dos produtores, apesar do aumento de preços no mercado, disse hoje a associação regional do setor.
"Uma redução muito significativa, na ordem dos 20 a 30" % é o que perspetiva António Branco, presidente da Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro (AOTAD), que representa metade dos 36 mil olivicultores da região, que é a segunda maior produtora nacional, a seguir aos olivais intensivos do Alentejo.
As quebras na produção dos olivais são extensíveis a outros países produtores, além de Portugal, o que faz com que, devido à menor oferta nesta campanha, os preços pagos ao produtor sejam mais elevados, mas nem isso "compensa as perdas", garantiu à Lusa António Branco.
A campanha deste ano está agora a começar, segundo adiantou o dirigente associativo, e está a ressentir-se da seca e das condições climatéricas adversas em geral, nomeadamente o calor que afetou a floração no final da primavera.
António Branco explicou que a esmagadora maioria dos olivais desta região são de sequeiro, não dispondo de mecanismo alternativos à rega natural, o que implica que estejam mais dependentes das adversidades do tempo.
O setor movimenta anualmente um valor bruto de 30 milhões de euros na região transmontana e alto duriense, que nos últimos anos aumentou a área de olival em mais 30 mil hectares, contabilizando atualmente cerca de 80 mil, que produzem, num ano médio, entre 80 a 90 milhões de toneladas de azeite.
A produção não tem crescido proporcionalmente ao aumento da área, segundo o presidente da AOTAD, devido a anos sucessivos de adversidades climatéricas e também porque os olivais novos demoram alguns anos a produzir.
O azeite é o produto de referência nesta fileira da olivicultura com Trás-os-Montes e Alto Douro a liderar com o maior número de azeites certificados em Portugal, concretamente 40, nas seis zonas portuguesas com Denominação de Origem protegida (DOP) atribuída pela União Europeia.
A região tem também colocado no mercado alguns produtos inovadores, como o primeiro azeite biológico para crianças e o primeiro azeite português com ouro que já entraram no circuito das exportações nacionais.
O azeite e a segunda produção agrícola com maior peso na economia transmontana, a seguir ao vinho, e é transformado em 128 lagares por toda a região.
Além dos azeites distinguidos com a certificação de qualidade DOP e biológicos, este produto chega também ao mercado com outras apresentações através de cerca de uma centena de embaladores que existem nesta região.

Lusa

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