sábado, 10 de novembro de 2012

ULS do Nordeste confirma dívida aos laboratórios de análises clínicas mas não sabe quem vai pagar


A Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste confirmou hoje a existência de uma dívida pendente aos laboratórios de análises clínicas que está em discussão entre várias entidades para saber como irá ser paga.
Os montantes em causa são relativos a requisições de exames dos centros de saúde aos laboratórios privados no período entre agosto e dezembro de 2011, anterior à formalização da ULS, que passou a gerir todos os centros de saúde e hospitais da região desde janeiro de 2012.
Até à nomeação da administração do novo organismo, os centros de saúde ou cuidados primários dependiam diretamente da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte), entidade com a qual está agora trabalhar a ULS, assim como com a Administração Central dos Sistemas de Saúde (ACSS) "para fazer a regularização desses pagamentos dentro do mais curto espaço de tempo possível".
A informação foi adiantada à Lusa pelo gabinete de comunicação da ULS, que não quantificou o valor da divida pendente.
O atraso nos pagamentos foi denunciado hoje por Roberto Costa, porta-voz do movimento de contestação dos laboratórios de análises clínicas à decisão da ULS do Nordeste de deixar de contratualizar com os privados a realização destes exames.
Desde março que os utentes dos Serviço Nacional de Saúde das maiores cidades da região-Bragança, Mirandela e Macedo de Cavaleiros- são obrigados a realizar as análises clínicas nos hospitais públicos.
A medida já levou à falência um dos três laboratórios privados da cidade de Bragança e ao despedimento de 30 trabalhadores na região, de acordo com Roberto Costa.
Segundo disse, a agravar a situação está também a falta de pagamento de serviços prestados, com faturas por liquidar aos laboratórios privados "ainda de agosto de 2011", anteriores à internalização dos exames.
"Há de facto uma dívida", reconheceu a ULS do Nordeste, que explicou com o imbróglio jurídico que envolveu a criação deste novo organismo.
Durante mais de um ano, a ULS esteve criada apenas no papel, sem a nomeação da administração e os hospitais e centros de saúde estiveram em gestão corrente sem saber se as decisões competiam às antigas organizações ou à nova entidade.
Os montantes em atraso aos laboratórios "pertencem aos centros de saúde", segundo a ULS que adiantou estar "em articulação" com a ARS- Norte e a ACSS á procura de uma solução "para fazer a regularização desses pagamentos".
A informação disponibiliza pelo gabinete de comunicação reitera que se trata de uma situação anterior à nomeação da nova administração e sustenta que "está a fazer um esforço no sentido de pagar aos fornecedores no mais curto espaço de tempo".
A ULS sublinha que já procedeu a "pagamentos relativos a 2012" aos laboratórios de análises clínicas relativos a exames contratualizados com esta administração fora das cidades onde se encontram os hospitais públicos.

HFI // MSP
Lusa/fim

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