sexta-feira, 10 de maio de 2013

Emigrantes fazem festas em França para ajudar crianças de Bragança


Uma associação de emigrantes transmontanos em França doou esta sexta-feira a uma instituição para crianças de Bragança 3.650 euros, angariados numa festa organizada para ajudar a atenuar as dificuldades da crise em Portugal.O cheque destinou-se à obra Kolping, da Diocese de Bragança-Miranda, que acolhe crianças em risco dos zero aos 12 anos, de todo o país, e foi entregue em mão pelo presidente da associação ‘Os Transmontanos’, criada por emigrantes portugueses na zona de Groley, nos arreadores de Paris.
Abílio Alves contou hoje como surgiu a iniciativa, fazendo com a mesma comoção que o assaltou quando viu na televisão, em França, notícias que davam conta de que há crianças em Portugal a passar fome porque os pais, sem trabalho, não têm sequer leite para lhes dar.
Incomodado com a notícia, Abílio decidiu “fazer alguma coisa” e bastou falar com os restantes membros da associação para fazerem a festa que juntou 250 emigrantes, que pagaram 25 euros cada.
Descontadas as despesas, a associação conseguiu um lucro de 3.651 euros entregue hoje, em Bragança, para ajudar as crianças.
O presidente da associação e outros membros desta comunidade de emigrantes a residir naquela zona de França são oriundos da região de Bragança, razão que os levou a escolher a terra natal para fazer a doação.
Abílio contactou o presidente da Câmara de Bragança, Jorge Nunes, que o ajudou a escolher a instituição beneficiária e participou também na festa, em França, onde observou a “generosidade da rede de embaixadores de Portugal lá fora, gente que sofreu muito” e que sofre agora com as dificuldades do seu país.
O gesto “é um caso isolado” nos 27 anos da Obra Kolping da Diocese de Bragança-Miranda e, ainda mais, numa época em que “as pessoas cada vez podem dar menos e muitas das que davam, agora também já elas precisam de ajuda”, como disse à Lusa o presidente José Tabuado.
Esta instituição acolhe cerca de 20 crianças em risco no Centro de Atendimento Temporário (CAT) e no lar da infância e juventude.
Oferece outras respostas sociais como jardim-de-infância e refeitório social.
A necessidade empurrou Abílio Alves para a emigração há mais de 30 anos e custa-lhe “ver o país outra vez a viver tempos difíceis” como os de antigamente.
A França, garantiu, “estão a chegar cada vez mais portugueses à procura de trabalho”.
“Alguns vão um bocado à sorte, mas com a graça de Deus conseguem, nós ajudamos, foi para isso que fundamos a associação”, afirmou.

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