quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Capela de Nossa Senhora do Aviso / Capela de Nossa Senhora do Viso

Portugal, Bragança, Mirandela, Frechas
Arquitectura religiosa, vernácula. Capela de planta composta por nave e capela-mor mais estreita, com coberturas internas diferenciadas, de contraplacado em masseira, e iluminada por fretas rasgadas nas fachadas laterais. Fachada principal em empena tendo lateralmente pequena sineira de uma ventana e portal axial em arco de volta perfeita sobre impostas salientes Fachadas rematadas em cornija de betão, a lateral direita rasgada por porta travessa, semelhante ao portal axial. Interior com arco triunfal de volta perfeita assente em impostas com altar contemporâneo constituído por painel azulejar.
Número IPA Antigo: PT010407160116
Categoria
Monumento
Descrição
Planta longitudinal composta por nave e capela-mor Ligeiramente mais estreita, de volumes articulados e coberturas diferenciadas em telhados de duas águas, com pé-direito inferior na capela-mor. 
Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento saliente, contrafortes laterais de suporte ao arco triunfal e rematadas em cornija de betão. Fachada principal voltada a O. em empena, coroada por cruz latina e truncada, no lado esquerdo, por sineira em cantaria, com as juntas pintadas de branco, de ventana simples em arco de volta perfeita, terminada em empena encimada por cruz, também latina; portal em arco de volta perfeita, com moldura em cantaria de granito, mais larga nas aduelas do arco, apresentando as juntas pintadas de branco, sobrepujado por cruz latina e pequeno painel de azulejo policromo, de 3x2, representando, conforme refere a legenda, "ANJO DA GUARDA", a encaminhar duas crianças. Fachada lateral esquerda virada a N., com duas frestas rectilíneas na nave e uma na capela-mor. 
Fachada lateral direita, virada a S., com duas frestas, uma na nave e outra na capela-mor, surgindo porta travessa em arco de volta perfeita, com moldura em cantaria de granito, com as juntas pintadas de branco. Fachada posterior em empena com fresta axial. INTERIOR rebocado e pintado de branco, percorrido por azulejo monocromo, formando silhar, e cobertura de perfil poligonal, em contraplacado pintado de azul claro, formando grandes caixotões, com tirantes metálicos; na nave, pavimento auto-nivelante de cor magenta. 
Portal principal em arco abatido e com moldura em cantaria de granito, a porta travessa de verga recta com moldura em cantaria de granito. Arco triunfal, em cantaria de granito, de volta perfeita assente em impostas salientes, com moldura de arestas biseladas. Capela-mor, elevada por um degrau, com paredes e cobertura semelhantes aos da nave e pavimento coberto por alcatifa de cor castanha. 
Altar em granito com mesa rectangular sobre pé único formado por paralelepípedo e urna, surgindo, na parede testeira, azulejo azul claro, pontuado por estrelas douradas com remate angular e, ao centro, mísula em granito com imagem do orago; atrás do altar, existe um espaço destinado à sacristia.
Acessos
A partir de Mirandela, 16 km., pela EN 213, em direcção a Vila Flor, depois 4 km. por EM, em direcção a Vale da Sancha; por caminho carreteiro em terra batida desde a aldeia até ao outeiro em que se implanta a capela. Gauss: M=283.2; P=493.1; Fl. 91
Protecção
Inexistente
Grau
3 – imóvel ou conjunto de acompanhamento que, sem possuir características individuais a assinalar, colabora na qualidade do espaço urbano ou na ligação do tempo com o lugar, devendo ser preservado em tal medida. Incluem-se neste grupo, com excepções, os objectos edificados classificados como Valor Concelhio / Imóvel de Interesse Municipal e outras classificações locais.
Enquadramento
Rural, isolado, no topo de um outeiro, nas fraldas da serra do Marmeleiro e sobranceiro ao vale do rio Tua, dominando visualmente uma grande extensão do vale e as povoações de Vale da Sancha e Frechas. Implanta-se no centro de um adro, de planta rectangular, formado por uma plataforma artificial, nivelada e sustentada por muro de alvenaria e limitada por gradeamento constituído por varões horizontais, em ferro, e pilares de cimento. O acesso faz-se por escadaria, em frente à frontaria da capela, com 7 degraus. No canto NE do adro existe um pequeno edifício, de planta rectangular e cobertura plana, utilizada como "casa do despejo". Junto às escadas de acesso, ergue-se um abeto.
Descrição Complementar
Utilização Inicial
Religiosa: capela
Utilização Actual
Religiosa: capela (romaria no terceiro Domingo de Agosto)
Propriedade
Privada: Igreja Católica
Afectação
Sem afectação
Época Construção
Séc. 16 (conjectural) / 20
Arquitecto / Construtor / Autor
Desconhecido.
Cronologia
Época Pré-romana - data em que foram escavadas na rocha três pias *1, sendo referida também uma ocupação do período romano (FERNANDES, 2001; pp. 24-25); séc. 16 - provável construção ; 1758 - nas Memórias Paroquiais, refere-se que: "A Nossa Senhora do Viso dizem que antigamente concorria ela muita gente de romaria de Foscôa, de Celores, vinham os romeiros dos lugares vizinhos a ela, hoje já não concorre romeiros em tempo algum..." (FERNANDES, 2001, p. 210); séc. 20, década de 60 - reconstrução da capela que se encontrava em ruínas.
Características Particulares
Capela de arquitectura incaracterística, reconstituindo a volumetria original e integrando alguns elementos arquitectónicos da capela primitiva, como os portais e o arco triunfal, com molduras de arestas biseladas e sineira rematada em empena. Interior despojado, de nave única, com altar-mor contemporâneo constituído por painel azulejar.
Dados Técnicos
Sistema estrutural de paredes portantes.
Materiais
Paredes em alvenaria rebocada; pavimentos em autonivelante; portas e tectos em madeira; azulejos no lambril e no retábulo; cobertura em telha de aba e canudo.
Bibliografia
FERNANDES, Ilda, Frechas, tradição e modernidade, Mirandela, 2001.
Documentação Gráfica
IHRU: DGEMN/DSID
Documentação Fotográfica
IHRU: DGEMN/DSID
Documentação Administrativa
Intervenção Realizada
Nada a assinalar.
Observações
*1 - segundo a tradição popular, a pia maior servia para Nossa Senhora lavar as fraldas do Menino Jesus, a outra a seguir era para São José as enxaguar e a terceira para beberem, restando a quadra popular: "A Virgem lavava / São José torcia / O Menino Jesus chorava / Do frio que fazia" (FERNANDES, 2001, p. 108)..
Autor e Data
Miguel Rodrigues 2004

in:monumentos.pt

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