quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Insolvências aumentam 50 % no distrito

Presidente do NERBA diz que matriz familiar levou as empresas da região a resistir mais tempo à conjuntura económica desfavorável
Tem aumentado o número de insolvências no distrito de Bragança nos últimos três anos. Os números são avançados pelo NERBA – Associação Empresarial do Distrito de Bragança. O presidente da Associação, Eduardo Malhão, constata que só no ano passado mais de 40 empresas fechou as portas no distrito, o que significa que houve o aumento do número de insolvências na ordem dos 50 por cento.
Este número contraria a tendência nacional, tendo-se verificado uma redução de 20 por cento do número de insolvências nos últimos cinco anos. “São empresas com uma matriz familiar em que as empresas resistem muito melhor às crises esse ajustamento tem efeito retardador, isto é enquanto que o grande impacto no País foi em 2012, aqui na nossa região foi em 2013”, justifica o presidente do NERBA.
Ainda assim, o representante dos empresários garante que é preciso olhar além dos números e diz mesmo que a “situação está estabilizada”. “Isso pode parecer muito, mas num universo de 12 mil empresas, em termos de quantidade não é significativo. Atendendo às circunstâncias e ao grande choque fiscal e económico que o nosso País e a nossa região em particular sofreram diria mesmo que as nossas empresas tiveram de facto um desempenho absolutamente heróico”, realça Eduardo Malhão.
Mesmo assim, o presidente do NERBA admite que é sempre preocupante o desaparecimento de empresas. “É sempre preocupante quando uma das nossas empresas fecha, porque isso é destruir economia, é destruir emprego, e é contribuir para uma evolução negativa do tecido empresarial”, justifica.
Empresas frágeis
Eduardo Malhão faz contas e diz mesmo que comparativamente a outros distritos Bragança até se encontra numa situação menos preocupante. “ Se comparáramos, por exemplo, com Vila Real, temos apenas 50 por cento do número de insolvências relativamente a esse distrito”, constata.
Os sectores mais afectados são o comércio e a construção civil. “Foram os sectores mais fustigados pela diminuição da procura interna. 99 por cento das nossas empresas têm uma estrutura que depende quase em exclusivo do mercado interno”, salienta Eduardo Malhão.
O presidente do NERBA alerta que para além dos custos normais de austeridade as nossas empresas da região também sofrem outras penalizações. “ Sofrem também um acréscimo de custos ao nível da geografia, de contexto, nomeadamente os custos da logística, os custos da energia, também resultante da densidade dos nossos mercados, da concorrência resultante da proximidade com os nossos vizinhos espanhóis, com condições muito mais favoráveis, com outros estímulos que nós não temos”, enumera Eduardo Malhão.
Ainda assim, o representante dos empresários acredita que 2014 vai ser mais favorável para os empresários da região. “Nos últimos tempos temos verificado que as nossas empresas também estão à procura de novos mercados, novas áreas de negócio, para se tornarem mais competitivas, mais inovadoras e ganharem mais músculo para competirem à escala global”, remata Eduardo Malhão.

in:jornalnordeste.com

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