sexta-feira, 23 de maio de 2014

Trás-os-Montes: Património construído, histórico e cultural

Dos vestígios da ocupação romana às construções medievais, Trás-os-Montes oferece um património edificado riquíssimo, que, só por si, faz valer a pena a visita à região.
Conhecida pelas águas medicinais
Visite aquela que foi uma das mais florescentes cidades romanas da Península Ibérica. Chaves, ou Aquae Flaviae, era conhecida dos centuriões pelas águas medicinais que brotam da terra a 73º C.
Desse tempo imperial, sobreviveram as termas do Imperador Flávio Vespasiano, mas também a bonita ponte romana sobre o Tâmega, que ainda hoje liga as duas partes da cidade.
Termalista ou não, vai gostar do Parque das Termas, onde há vários bares e cafés e gente nova.
No centro medieval, repare nas pitorescas casas decoradas com varandas de ferro da Rua Direita. Esta animada artéria conduz ao castelo, de onde pode apreciar um bonito panorama da cidade e das cercanias.
Ainda no centro de Chaves, espreite também a igreja da Misericórdia, com um lindo pórtico barroco e o interior forrado de quadros de azulejos com cenas da vida de Cristo e os fortes de S. Francisco onde os edifícios de um convento do séc. XVI foram transformados num luxuoso hotel e de S. Neutel.
Aproveite para provar o presunto de Chaves, uma das especialidades do concelho e da região.
Palco de desamores e adultérios reais
A entrada na cidadela de Bragança, rodeada por uma muralha medieval faz-se pela Porta da Vila onde nos acolhe a figura de D. Fernando, segundo Duque de Bragança. A vista do castelo deixa qualquer um de boca aberta.
Nas 15 torres à sua volta tem especial significado a Torre da Princesa. Dizem que ali chorou D. Sancha, irmã de Afonso Henriques, as infidelidades do marido, o poderoso Fernão Mendes, e esteve encarcerada D. Leonor, mulher do quarto Duque de Bragança, acusada de adultério e que o enfurecido marido haveria de apunhalar no seu paço de Vila Viçosa.
A impressionante Torre de Menagem acolhe o Museu Militar, que conta a história centenária do castelo e esconde, no último piso, um admirável miradouro sobre a bela paisagem de Trás-os-Montes.
Ainda no castelo, observe com atenção o curioso pelourinho assente num porco de pedra e a singular Domus Municipalis, onde nos tempos medievais se reunia o Senado municipal.
Fora da cidadela, Bragança, que é uma cidade animada e acolhedora, também oferece história. Preste atenção aos inúmeros palácios da antiga nobreza.
Aldeias comunitárias
Fora das grandes cidades, ainda há comunidades que partilham o bem comum por todos. Aldeias inteiras que partilham o forno a lenha, a eira, o moinho, o pasto e o boi de criação, desde antes de os romanos terem chegado a este território. E onde a pastorícia continua a ser fonte de riqueza.
Visite as aldeias do concelho de Montalegre, perto de Chaves, as de Guadramil e Rio de Onor, no Parque Natural de Montesinho, e Pitões das Júnias, no Parque Nacional Peneda-Gerês, e veja pelos seus próprios olhos como esta herança social única resistiu ao progresso.
Rio de Onor é a mais bem preservada aldeia do Parque Natural de Montesinho e os seus habitantes falam um dialeto muito antigo: é meio português, meio espanhol. Porquê? Porque, curiosamente, esta aldeia é partilhada com Espanha a metade espanhola chama-se Rihonor de Castilla.
Em Guadramil como em França e Montesinho , pode admirar a tradicional casa de granito com telhado de xisto e ouvir sobre a prática da transumância. Nas redondezas de Pitões das Júnias, um autêntico tesouro, vai encontrar pequenas cascatas para se refrescar e um mosteiro cisterciense no meio da paisagem. Na aldeia, ainda há ofícios tradicionais. Leve de recordação um par de meias de lã feitas à mão.
Como comprovará, é impossível resistir à gastronomia local, cujos produtos incluem, por exemplo, o mel de Montesinho e a carne de vaca mirandesa.
Pauliteiros e gaitas de foles
Rume ao interior profundo. Em Miranda do Douro, localidade rodeada pelo Parque Natural do Douro Internacional, assista às danças dos pauliteiros, herança da ocupação celta da região na Idade do Ferro que é acompanhada pelo toque da gaita-de-foles, e ouça o Mirandês, um dialeto único em Portugal que só se fala nesta região.
Miranda tem raízes celtas, foi ocupada pelos romanos e batizada no século VIII pelos árabes de Mir Andul. E essas heranças estão presentes não só na cultura local, mas também no edificado.
Atente aos vestígios do castelo que D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, mandou construir subsistem uma parte da cidadela e alguns panos de muralha , e à Igreja de Santa Maria Maior, que durante cerca de dois séculos teve a categoria de Sé, conferindo a Miranda uma grande importância na região.
Para o Porto, há voos low cost, por exemplo, de Londres (Stansted e Gatwick), Paris (Beauvais, Orly, Vatry e Charles de Gaulle), Marselha, Lille, Tours, St. Etienne, Bolonha, Bordéus, Lion, Toulouse, Madrid, Barcelona El Prat, Tenerife, Valencia e Palma de Maiorca.
Apenas no verão, há companhias low cost a voar de Liverpool, Las Palmas, Carcassonne, Rodez e Nantes.
Com tarifas normais, há ligações aéreas a partir de Londres Gatwick, Madrid, Barcelona e Paris Orly.
Do Aeroporto Internacional Francisco Sá Carneiro, a melhor forma de chegar ao centro da cidade do Porto é de metro. A viagem dura cerca de 30 minutos.
Do Porto, apanhe a A4 em direção a Amarante e depois tome o IP4 em direção a Bragança, no coração de Trás-os-Montes.

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