sexta-feira, 26 de junho de 2015

Igreja Paroquial de Guíde, em Mirandela, está quase recuperada com dinheiros do plano de Aproveitamento Hidroeléctrico de Foz Tua.

Está em curso a intervenção na Igreja Paroquial de Guíde/São Mamede, Mirandela, integrada no âmbito do plano de Aproveitamento Hidroeléctrico de Foz Tua.

O projeto incluiu a remoção da laje aligeirada de cimento do corpo da capela-mor com substituição por uma estrutura de madeira semelhante à da nave e aplicação de nova telha cerâmica. A cobertura da nave foi reabilitada, com tratamento dos madeiramentos estruturais e de teto e substituição da telha cerâmica. 

A estrutura de madeira do coro alto, bastante debilitada, foi alvo de cuidadosos trabalhos de limpeza e beneficiação, com a integração de uma nova escada que fará o acesso entre o mesmo e o piso térreo. 

As caixilharias das janelas serão substituídas por peças desenhadas exclusivamente para o imóvel e será implementado um novo projeto elétrico, com instalação de novos candeeiros, sistema de alerta de intrusão e de segurança contra incêndios. 

A intervenção foi acompanhada por um trabalho cuidado de restauro do teto da Capela-Mor. 

Igreja barroca do século XVIII, a Igreja Paroquial de Guíde/São Mamede ergue-se junto à entrada principal da povoação, sobre plataforma artificial propositadamente efetuada para o templo. É uma igreja de modestas proporções, própria dos contextos rurais transmontanos, de planta longitudinal composta por nave única e capela-mor retangular, com cunhais de cantaria encimados por pináculos. A fachada principal é de pano único, rasgado axialmente por portal de lintel reto, moldurado, a que se sobrepõe frontão interrompido de aletas. A empena é triangular, truncada a eixo por campanário de dupla sineira de arco de volta perfeita. 

O interior possui alguns interessantes elementos devocionais, concretamente quatro altares laterais, de talha polícroma e que se unem ao arco triunfal, formando composição estrutural harmónica e simétrica. O acesso à capela-mor é em arco de volta perfeita e nela se exibe o retábulo-mor, de talha dourada seccionada por colunas salomónicas características do período áureo do Barroco. 

Sem obras assinaláveis ao longo dos tempos, o templo foi objeto de reformas pontuais na segunda metade do século XX, em concreto uma consolidação do retábulo-mor (1972) e obras de reforço estrutural (1986-88). 

Agora, no âmbito do plano de Aproveitamento Hidroeléctrico de Foz Tua, está a ser alvo de uma intervenção mais aprofundada desenvolvida pela Direção Regional de Cultura do Norte. 

De acordo com o protocolo assinado, em 2013, entre a Direção Regional de Cultura do Norte, a EDP - Gestão da Produção de Energia S.A. e a Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua - Associação ADRVT, compete à EDP financiar a valorização de património cultural localizado em Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor, municípios abrangidos pelo Aproveitamento Hidroeléctrico de Foz Tua. 

A Direção Regional de Cultura do Norte é a entidade responsável pela coordenação e implementação do projeto de valorização do património, que inclui um conjunto de monumentos previamente identificados entre esta entidade e os municípios envolvidos. 

Compete à Direção Regional de Cultura do Norte a elaboração dos projetos de intervenção, o lançamento das empreitadas e respetivo acompanhamento das obras. 

De acordo com as prioridades identificadas, tendo como critérios-base o valor patrimonial e a necessidade de reabilitação, o plano, no valor de 1,58 milhões de euros, prevê intervenções na Capela da Senhora da Lapa, em São Mamede de Ribatua e a requalificação do Santuário do Senhor de Perafita, em Alijó; a Capela da Misericórdia de Murça, Sítio Arqueológico Cabeço da Mina no concelho de Vila Flor, a Igreja da Lavandeira no concelho de Carrazeda de Ansiães e intervenções nas igrejas de Avantos, Abambres e Guíde.

in:noticiasdonordeste.pt

Sem comentários:

Enviar um comentário