terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Não perca a “chuva de estrelas” das quadrântidas

Na sua viagem anual em torno do Sol, a Terra atravessa diferentes regiões do espaço interplanetário, num percurso orbital de cerca de 940 milhões de quilómetros.

Representação do céu na direcção noroeste,
com as constelações circundantes.
Sugerem-se alguns traços de meteoros
e a posição do radiante foi marcada
 com a cruz (+) amarela
Entre o primeiro e o quinto dias de Janeiro de cada ano, a Terra passa por uma região particularmente rica em poeiras, brindando-nos com uma chuva de meteoros (na linguagem popular denominados "estrelas cadentes") característica desta época: a chuva das Quadrântidas. O efeito mais espectacular observa-se na noite de 3 para 4 de Janeiro de cada ano. Em 2016, o pico ocorrerá na madrugada.

Sabemos que as chuvas de meteoros recebem o nome derivado da constelação de onde os traços dos seus meteoros parecem divergir (ponto denominado "radiante" da chuva de meteoros). Na verdade, os meteoros caem para a Terra segundo trajectórias paralelas entre si e o radiante é uma ilusão de perspectiva. Trata-se de uma situação idêntica àquela em que alguns traços paralelos entre si parecem convergir para o ponto de fuga.

No caso das Quadrântidas o radiante situa-se a norte do Boieiro (Boötes), onde nos finais do século XVIII se imaginava a antiga constelação do Quadrante Mural (Quadrans Muralis), hoje extinta. O nome “Quadrântidas” manteve-se só por tradição histórica até aos tempos actuais. Mas a chuva de meteoros continua a ocorrer todos os anos e o leitor pode vê-la sem precisar de mas nada além dos seus olhos e de um local com o mínimo de poluição luminosa.

Como observar as Quadrântidas
Se as condições meteorológicas o permitirem, não deixe de olhar para o firmamento por estas datas (Veja a figura), especialmente na noite de 3 para 4 de Janeiro, entre as 5:00 e s 07:00 para contemplar esta bela chuva de meteoros, denominada chuva das Quadrântidas. O pico é de cerca de 50 meteoros por hora. 

Localize a região situada entre as constelações de Ursa Maior, do Boieiro, do Dragão e de Hércules, acima da região nordeste do horizonte. Preste atenção às regiões envolventes desta área e mantenha a visão lateral alerta. Embora esta não seja das chuvas de meteoros mais intensas merece a nossa atenção e por vezes a sua intensidade pode ser surpreendente. 

Clique AQUI para saber mais.

Guilherme de Almeida (n. 1950) é licenciado em Física pela Faculdade de Ciências de Lisboa e foi professor desta disciplina, tendo incluído Astronomia na sua formação universitária. Proferiu mais de 90 de palestras sobre Astronomia, observações astronómicas e Física, publicou mais de 100 artigos e é formador certificado nestas matérias. É autor de oito livros sobre Astronomia, observações astronómicas e Física. Algumas das suas obras também estão publicadas em inglês, castelhano e catalão. 

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in:noticiasdonordeste.pt

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