terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Mil diabos à solta fecham as Festas de Inverno em Vinhais

Em apenas três anos, Vinhais, no Nordeste Transmontano, fez de uma antiga tradição uma nova atração, soltando mil diabos que vão invadir novamente as ruas da vila transmontana, no sábado a seguir ao Carnaval.


A indumentária é garantida pela Câmara Municipal mandou confecionar mil fatos de flanela vermelha para o cortejo que sairá a 13 de fevereiro no ritual e que fecha as festas de Inverno no Nordeste Transmontano.

Trata-se de um ritual associado à purificação e à mudança para a estação clara, como explicou hoje o vereador da Cultura da Câmara de Vinhais, Roberto Afonso, que está a conquistar curiosos para participar e assistir.

Por um euro é possível vestir a pele do diabo, alugando um fato até o stock esgotar e participar nesta encenação "única" na região, segundo os responsáveis, associada à quarta-feira de cinzas.

Nesse dia, era tradição saírem à rua a morte e o diabo que vão continuar a marcar presença na data numa festa que foi prolongada até ao sábado seguinte com os Mil Diabos à Solta.

O desfile começa depois da missa de imposição e cinzas e, ao longo do trajeto, serão recriados alguns quadros cénicos com a participação de cerca de 50 atores profissionais, que "ajudarão a quem esteja a ver e não conheça a tradição, a perceber o que é isto, porque é que naquele dia a morte anda na rua acompanhada de um exército de diabos e porque é que dão cinturadas às pessoas".


Reza a tradição que as cinturadas servem para purificar neste ritual que será seguido de uma ceia dos diabos, acompanhado pelos gaiteiros de Vinhais e terminará com um concerto do grupo de música tradicional mirandesa Galandum Galundaina.

A acompanhar os mil diabos à solta estará uma representação gigante da morte construída pelos alunos do Agrupamento de Escolas de Vinhais, que, como disse o diretor, Ruy Correia, estão sempre disponíveis para ser parceiros na promoção das tradições locais.

Do espetáculo, que inclui também fogo-de-artifício, faz parte também o ritual de destapar a cara da morte com uma garantia dos defensores desta tradição: "quem para o rosto da morte olhar, por mais um ano há de passar".

HFI // MSP
Lusa/fim

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