terça-feira, 31 de maio de 2016

…quase poema… ou transmontanos... é a hora

Se nos rimos do rigor do Inverno… se mandamos fazer uma enxada de encomenda para desbravar montes… se obrigamos o Marão a resolver-se em autoestrada…se fomos à segada e cantamos canções para adoçar o destempero do Verão… se erguemos castelos… Igrejas… se fomos à Missa e à bruxa… se inventamos línguas e preservamos o mirandês… se fomos a África e ao Brasil e retornamos para recomeçar mil vezes… se fizemos as pazes com Espanha… se fomos para o mundo em tempo de passadores de Carabineiros e da Pide… se fizemos o baile e ralhamos por um palmo de Terra… se acendemos o forno… moemos o trigo… e abrimos a adega de par em par ao visitante sedento, também somos capazes de fazer cumprir Trás-os-Montes e combater o desprezo a que a ignorância de alguns nos quer votar. 
…e faço esta prece para que estranha gente de estranhas paragens se lavem no ribeiro largo do conhecimento…enquanto nós transmontanos abrimos a janela para respirar o ar puro de Trás-os-Montes… às vezes infestado pelo bafio fedorento vindo de estranhas paragens … e assim a memória dos nossos avós se purifica num responso antigo com mimosa, madressilva e rosmaninho 
… transmontanos “é a hora”!




Fernando Calado

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