quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Evitar a propagação das chamas antes da chegada dos bombeiros

Quase a terminar a fase Charlie, a época mais crítica dos incêndios, damos-lhe a conhecer melhor o trabalho de quem tem uma missão, que muitas vezes passa despercebida: a de os detectar e combater, numa fase inicial. Fomos ao Posto de Vigia da Serra de Nogueira, onde é possível observar o trabalho dos vigilantes, da Autoridade Nacional para a Protecção Civil e da GNR.
No distrito de Bragança, há 11 postos de vigia e dois centros de meios aéreos: um na Serra de Nogueira, no concelho de Bragança, e outro em Alfândega da Fé. O da Serra de Nogueira é o único do distrito ao lado de um Centro de Meios Aéreos.

Os postos de vigia são da responsabilidade do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) que recorre a vigias contratados externos à GNR.

Além dos vigias e de um elemento da Autoridade Nacional de Protecção Civil, há outros operacionais na Serra de Nogueira, mais especificamente no Centro de Meios Aéreos: militares do Grupo de Intervenção e Socorro da GNR (GIPS), além da tripulação do meio aéreo, neste caso um helicóptero, que inclui o piloto e o mecânico.

Na fase Charlie, que decorre de 1 de Julho a 30 de Setembro, há nove militares do GIPS diariamente na Serra da Nogueira e seis em Alfândega da Fé.

Trabalham 12 horas por dia, à espera que lhes seja atribuída uma missão. ““Depois de receber o despacho do CDOS, que atribui a missão aos elementos do GIPS, são mobilizados para o teatro de operações onde procuram rapidamente extinguir o incêndio e regressar à base para estarem prontos para uma nova missão. Procuramos sempre actuar com rapidez e evitar que o incêndio ganhe grandes proporções”, explicou o capitão Pedro Fernandes, comandante da 7ª companhia do GIPS, ou seja a companhia  do distrito de Bragança.

Ser militar do GIPS pode significar duas sensações bem diferentes. Por um lado, missões cheias de adrenalina, em que chegam ao local de helicóptero e combatem o incêndio. Por outro, quando não há missões, as 12 horas diárias na Serra da Nogueira podem custar a passar. “Quando temos dias mais tranquilos, aproveitamos para conviver e também para renovar alguns conhecimentos. Há quem goste de ler, há quem aproveite para se actualizar e rever a legislação”, contou o militar Chalana Barroso, de 29 anos.

Os edifícios onde estão instalados os militares do GIPS na Serra de Nogueira, em Bragança, e em Alfândega da Fé são propriedade dos respectivos municípios. A autarquia de Alfândega anunciou que vai investir cerca de 400 mil euros na melhoria do heliporto e na construção de um edifício junto a esta infra-estrutura, já no próximo ano.

 Já o Município de Bragança não revela se tem algum projecto para o edifício da Serra, que, tal como constatámos, necessita de obras.

“Evitar a propagação das chamas antes da chegada dos bombeiros” é o objectivo destes profissionais e o tema de uma reportagem para ouvir esta quarta-feira na Brigantia, depois das notícias das 17 horas  e das 21 horas e ler na edição desta semana do Jornal Nordeste.

A fase Charlie deveria terminar na próxima sexta-feira mas o governo está a equacionar a hipótese de alargar o período crítico de incêndios até 15 de Outubro, devido às condições meteorológicas que prevêem tempo seco e quente e ventos para os próximos dias. 

Escrito por Brigantia
Sara Geraldes

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