segunda-feira, 31 de outubro de 2016

No âmbito da Norcaça, Norpesca e Norcastanha os já tradicionais concursos de castanha e doces de castanha premiaram os melhores exemplares deste fruto de outono

E porque Norcaça, Norpesca e Norcastanha também é desporto decorreu no âmbito do certame a Maratona Ibérica da Castanha e um percurso pedestre

MEMÓRIAS ORAIS - António Pires

Já completou 95 anos e o sangue ainda ferve quando fala das injustiças a que assistiu na sua vida. Passou por muito mas nunca teve medo a nada. Nem ao Douro, esse gigante que tantas vezes atravessou a nado para ganhar mais algum.
“Aqui era um miséria, até caiam as lágrimas, de volta deles. Cheguei a passar aqui no Douro, na Matança, passei em muitos sítios mas onde passava mais era no Águeda, era a bau. Um dia levava dez mulheres e homens, e tinha chovido. Tinha um que nos passava no Águeda, e eu estava na Barca, chegou ao pé de mim, [oh ti António olhe que eu não me atrevo a passar o Águeda, que cresceu muito]. Peguei na tralha, abalei, fui lá eu e passei-os, o primeiro agarrado a mim e depois os outros passei-os agarrados uns aos outros, passei-os assim. Era uma calças de pana, uma blusa, era isso que passávamos”. 
A destreza era útil ao negócio e fez com que nunca fosse preso, nem nunca visse os guardas que se confundiam por entre as fragas. Uma ocasião passou sozinho e à corda, 100 kg de amêndoa partida. “Passava-a eu à corda, ele (espanhol) ficava com uma ponta do lado de lá e eu trazia outra para este lado, com uma taresga a rodar para um lado e para outro e era assim, essa noite como eu me vi para passar tanta amêndoa!”.
Emigrou para França “de assalto” à espera que a vida lhe melhorasse. Deu-se bem mas também passou lá muita tristeza confessa. “Passei muito mas lá me desenrasquei. Para onde ia todos me agarravam pela mão”. Quando regressou a Portugal ainda se dedicou à agricultura, comprou uma propriedade, “eram alguns 50 milheiros de vinha, oliveiras e amendoeiras”. 
Os dias por agora são passados na Estalagem onde comprou um quarto para si e para a esposa. Os cinco filhos já estão governados e António Pires pode agora gozar do tempo do descanso.

Texto: Joana Vargas


Com um investimento num total de 2 milhões e 500 mil euros a nova fábrica “Rural Futuro Lda” foi inaugurada com a presença do Secretário de Estado da Agricultura e Alimentação

A história da segunda língua de Portugal

O dialeto mirandês sobreviveu centenas de anos no isolamento, alcançando em 1999 o estatuto de segunda língua oficial em Portugal, reconhecida pela Assembleia da República.

Foi o filólogo José Leite de Vasconcelos que, em 1882, revelou a Portugal e ao mundo que havia “uma outra forma de falar” no longínquo Planalto Mirandês, no distrito de Bragança, e cujo idioma era o “dialeto mirandês”.

Isolada naquele espaço durante centenas de anos, dadas a condições geográficas do seu próprio território natural, a língua foi sendo transmitida por via oral a partir do latim popular e como uma ramificação do asturo-leonês.

Júlio Meirinhos, antigo deputado do PS, principal impulsionador do processo de reconhecimento oficial dos Direitos Linguísticos da Comunidade Mirandesa, diz à agência Lusa que era preciso criar mecanismos legais para impulsionar o mirandês e assim tirá-lo da clandestinidade e projetá-lo com dignidade no universo das línguas minoritárias.

“O mundo universitário e a comunidade científica também não ficaram indiferentes a este processo de oficialização do mirandês, bem pelo contrário, demonstraram de imediato um grande interesse pelo processo, colaborando na fundamentação dos motivos para o reconhecimento do mirandês logo na primeira versão do projeto-lei”, lembra.

Passo a passo, na Assembleia da Republica o mirandês acabaria por tornar-se na segunda língua oficial em Portugal, em 29 de janeiro de 1999.

Ao nível do ensino, o mirandês já era lecionado desde 1986/87 nas escolas da cidade de Miranda do Douro e acabaria por chegar à vila de Sendim no ano 2000.

De acordo com Domingos Raposo, primeiro docente de língua mirandesa, o ensino do dialeto tem dado frutos.

“Com esta aposta, que se quer cada vez maior e com mais condições, a juventude mirandesa garantirá o futuro da língua, que voltará ao lar, ao trato diário, à expressão artística e científica e não só” frisa.

Segundo o docente, com a ausência de manuais, os professores de mirandês têm de construir os recursos didáticos e pedagógicos, contando ao longo deste trajeto apenas com os apoios da autarquia, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro (AEMD).

“Apesar das dificuldades, os números falam por si. Ao longo de quase 30 anos de ensino do mirandês, o AEMD, já registou cerca de 5.453 matrículas de alunos”, contabiliza Domingos Raposo.

Outro dos marcos importantes na história deste dialeto foi a elaboração da Conversão Ortográfica da Língua Mirandesa (COLM), um trabalho que começou em 1993 e ficaria concluído em 2000, reunindo um grupo de investigadores e linguistas de renome para sua elaboração.

“A COLM permitiu estabelecer regras essenciais da ortografia. A sua simplicidade e harmonia permitiram que rapidamente essas regras fossem assimiladas e aceites. Assistimos, de forma ímpar, à explosão da escrita, que contribui para o reconhecimento e crescimento da língua mirandesa”, explica o linguista António Bárbolo Alves, um dos responsáveis pela elaboração do diploma.

Se o mirandês foi no passado uma língua da tradição oral, é atualmente uma língua de escritores, com diversos especialistas, como o já falecido Amadeu Ferreira, a deixarem marcas como a tradução de alguns clássicos da literatura grega, de “Os Lusíadas”, de Camões, e as aventuras de Astérix.

O futuro da língua mirandesa passa, também, pelas novas tecnologias. O investigador e linguista José Pedro Ferreira acredita que as novas ferramentas de comunicação são fundamentais para a manutenção das línguas regionais perante a s novas gerações de falantes.

“O mirandês tem desde 2001 um dicionário disponível na rede, já atualizado várias vezes, cuja primeira edição em papel está prevista para breve. Este dicionário, hoje com mais de 20.000 entradas, tem sido usado para criar um primeiro tradutor automático mirandês/português, disponível gratuitamente em várias páginas na web”, explica o investigador do Instituto de Linguística Teórica e Computacional.

O presidente da Câmara de Miranda do Douro, Artur Nunes, diz, por seu turno, que o futuro imediato da língua mirandesa passa pela assinatura, por parte do Governo português, da Carta Europeia das Línguas Minoritárias.

“Este passo em frente seria importante para os investigadores nacionais e internacionais que pretendam ir além no estudo da língua mirandesa”, frisa o autarca.

Segundo os linguistas e outros investigadores, o mirandês está confinado aos concelhos de Miranda do Douro, Vimioso e Mogadouro.

Contudo, a diáspora levou e leva a que “lhégua” (língua) seja falada nos quatro contos do mundo, não havendo um número concreto de falantes.

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A alheira que não era de Mirandela e vingou como símbolo económico

Todo o fumeiro transmontano tem alheiras, mas foi o nome de Mirandela que vingou, graças à centenária estação da linha do Tua, onde afluía gente de vários pontos da região a escoar produtos para os grandes centros.

As alheiras que chegavam às messes do Exército, cantinas de grandes empresas e supermercados do Porto, Coimbra e Lisboa, nem eram de Mirandela. Porém, levavam o selo da estação e na volta as encomendas eram feitas com pedido de “alheira de Mirandela”.

“É como o vinho do Porto. O Porto não tem vinhos. O vinho fino saía de Freixo de Espada-à-Cinta, São João da Pesqueira, Régua. Só que ele, quando ia para fora, era carregado em Gaia, na foz do Douro e era dali que levava o selo do Porto”, compara Jorge Morais, presidente da Associação Comercial e Industrial de Mirandela.

Só no concelho de Mirandela, o enchido, eleito uma das maravilhas gastronómicas de Portugal, movimenta 30 milhões de euros por ano e dá emprego diretamente a 600 pessoas em cozinhas regionais, mas sobretudo nos 12 grandes produtores e fábricas.

De algumas destas fábricas saem 20 toneladas por dia, o que equivale a 100 mil alheiras, mais de dois terços para o mercado tradicional e algumas para exportação rumo a países europeus, como França, Luxemburgo ou Reino Unido, mas também Angola e Macau.

À alheira tradicional confecionada com pão, carne de porco e azeite, ou de carne de aves, adicionou-se inovação com alheiras de bacalhau, vegetarianas, de cogumelos, para doentes renais ou para crianças.

Há, porém, alheira e Alheira de Mirandela, a primeira é a corrente que sempre se confecionou e a segunda a certificada e a única que pode levar o nome de “alheira de Mirandela”, com Indicação Geográfica Protegida (IGP) conferida este ano, e que só pode ser produzida no concelho transmontano.

Das diferentes formas de confeção, chegou-se a uma receita que obriga ao uso de produtos regionais certificados como a carne da raça suína autóctone Bísara ou o azeite com Denominação de Origem Protegida (DOP).

A alheira certificada é mais cara e pode custar seis ou sete euros o quilograma, o dobro do preço da corrente.

O sucesso da alheira não terá sido alheio ao facto de ser um prato económico e que sacia, sendo por isso atrativo para as grandes cantinas industriais do Litoral, para onde migraram muitos transmontanos, defende Isidro Borges, filho de um dos primeiros fabricantes de alheira em Mirandela.

Isidro é professor e treinador de uma das modalidades de maior sucesso na região, o Ténis de Mesa, mas não abandonou as memórias de um tempo, na década de 1970, em que, ainda miúdo, para ir ao cinema, tinha de ajudar a acondicionar as alheiras nas caixas de madeira em que seguiam para a estação de comboio.

Há 60, 70 anos, recorda à Lusa, já havia um grande comércio de alheira de Mirandela para o exterior.

O pai de Isidro era agricultor e decidiu também produzir alheira junto a uma taberna de que era proprietário.

Pouco depois, surgia a Tópiteu, uma associação de pequenos produtores que projetaram uma espécie de cooperativa. O nome e o espaço mantêm-se, mas são atualmente uma das grandes fábricas de Mirandela.

Foi nas Alheiras Borges, do pai de Isidro, que aprenderam algumas mulheres, que se instalaram depois por conta própria, dando origem a grandes fábricas, como Angelina, a mãe de Sónia Carvalho.

Sónia e o irmão dirigem hoje em dia o negócio que os pais iniciaram há quase 30 anos e que já ganhou todas as medalhas de ouro que havia para ganhar. Todos os dias colocam no mercado quatro a cinco toneladas de alheira, das quais mil quilogramas da certificada.

O comboio já não percorre a linha do Tua até ao Douro e há muito que deixou de transportar alheiras, com os grandes produtores a fazerem todo o circuito da produção à comercialização, incluindo frota própria de transporte.

O cliente que procura a alheira certificada é o do mercado tradicional e ‘gourmet’ e Sónia ficou “muito contente” com a lista de lojas de Lisboa nomeadas para o comércio tradicional mais antigo de que fazem parte clientes dela.

“É sinal de que nós estamos em parceria há muitos anos e tudo o que é bom está nesse tipo de comércio”, vinca a empresária, que dirige a primeira empresa certificada do distrito de Bragança e se formou em engenharia alimentar para estar mais bem preparada para o negócio.

Os últimos anos correram bem à alheira, que sempre viveu “do mercado da crise”.

“É um prato supereconómico, não chega a 90 cêntimos (por pessoa), e deixa saciado”, aponta, referindo-se a preços da alheira corrente.

Para manter a qualidade, a produtora não abre mão do preço, ainda que tenha de abdicar de contratos com grande superfícies e para exportação, que pedem barato.

O Brasil é o destino ambicionado por esta produtora, que espera possam ser ultrapassados alguns obstáculos, como taxas alfandegárias.

“A alheira sai de Portugal com um preço que lá vai triplicar e os ordenados no Brasil não permitem aceder ao produto”, observa.

Se conseguirem chegar ao Brasil, “aí sim, teria de haver associativismo, porque nenhuma das fábricas, só por si, teria capacidade de abastecer as quantidades que eles propõem”, alerta.

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Foi apresentado no âmbito da Norcaça, Norpesca e Norcastanha o livro de Júlio Carvalho "A Caça na literatura portuguesa - do lirismo travadoresco aos nossos dias"

Decorreu na aldeia de Avelanoso a segunda edição da Feira da Castanha e dos Produtos da Terra de Avelanoso

Crianças e jovens trouxeram música a Macedo de Cavaleiros.

Bloco de Esquerda quer mais investimento na Linha do Tua e na Escola Secundária de Mirandela e mais autonomia para os hospitais

Os deputados do Bloco de Esquerda dedicaram dois dias às Jornadas Parlamentares que se realizaram em terras de Trás-os-Montes e Alto-Douro. A iniciativa, que decorreu na passada sexta-feira e no sábado, contemplou a visita a várias locais considerados importantes pelos bloquistas na região, quer por se tratarem de um bom exemplo a nível nacional, como é o caso da associação Leque, em Alfândega da Fé, quer por necessitarem de uma intervenção urgente, como é o caso da Escola Secundária de Mirandela ou do Complexo Agro-Industrial do Cachão.
No distrito de Bragança, os deputados passaram ainda pela linha do Tua, o Hospital de Bragança e o Parque Natural do Douro Internacional.

A realização destas jornadas em Trás-os-Montes era “uma dívida antiga do partido”, já que aconteceu pela primeira vez.

O deputado Pedro Filipe Soares considera que esta é a altura ideal para alertar o país para os problemas da interioridade. “Fizemos estas jornadas em Trás-os-Montes e Alto Douro com o intuito de chamar a atenção do país no momento em que se discutem as escolhas principais, que é a discussão do Orçamento de Estado para os problemas da interioridade e como o investimento público, através dos serviços públicos, pode ser essencial para ultrapassar alguns problemas da interioridade. Tentámos chamar a atenção do país para o facto de a interioridade fica agudizada sempre que não há um investimento público capaz de ser garante de defesa das populações do interior”, frisou o deputado.   

O primeiro dia das jornadas, arrancou com uma viagem de comboio, com todos os deputados, entre a Régua, no distrito de Vila Real até à estação ferroviária de Foz Tua, já no distrito de Bragança.

Uma viagem que pretendeu alertar para várias necessidades desta linha e a importância de canalizar fundos comunitários para investir na mesma. Na opinião dos bloquistas, a Linha do Tua deveria ser reintegrada na rede nacional.”Em primeiro lugar, nós defendemos a electrificação completa da Linha do Douro. Isso garantiria melhores ligações a essa linha. Defendemos ainda o reforço do material circulante, o que levaria também a um reforço dos horários existentes actualmente. Sabemos que há um problema de investimento, de falta de dinheiro, mas sabemos também que, do ponto de vista europeu, está a ser discutida a distribuição de um conjunto de fundos comunitários que podem ser aplicados neste Plano Ferroviário Nacional. Queremos que, para além dos investimentos na Linha do Douro, exista uma valorização da Linha dó Tua, que seja recolocada na rede Nacional”, acrescentou Pedro Filipe Soares. 

Já no Hospital de Bragança, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, frisou a necessidade de dar autonomia aos hospitais e centros de saúde para substituir os profissionais que estejam em falta e de restruturar a dívida que representa um valor equivalente à despesa do Estado com a saúde.“Terá que ser dada autonomia para poder substituir cada profissional que falte no Serviço Nacional de Saúde, seja por reforma, por licença sem vencimento, baixa médica, licença de maternidade ou paternidade… Para que se possam substituir médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar que falta… Vamos apresentar esse projecto, já no inicio da semana, na Assembleia da República. Há também o problema maior da falta de meios no Serviço Nacional de Saúde. Nós lembramos que gastamos tanto em juros da dívida pública como gastamos em todo o Serviço Nacional de Saúde. È preciso pensar seriamente numa solução para o nosso país e para este estrangulamento, que passa pela reestruturação da dívida”, declarou Catarina Martins. 

E em Mirandela o Bloco de Esquerda reafirmou a importância da retirada dos resíduos incandescentes que estão depositados no Complexo Agro-Industrial do Cachão, sublinhando que, apesar de os deputados bloquistas já terem questionado o governo sobre esta situação, ainda não há uma solução à vista.

Já durante a visita à Escola Secundária  da cidade do Tua, a deputada Joana Mortágua, disse não compreender o porquê da demora no avanço das obras de requalificação desta instituição de ensino, há muito reclamadas. “Visitamos a escola e apercebemo-nos de alguns problemas. O maior é a necessidade de uma requalificação profunda. Chove nas salas e aquilo não é o ambiente físico em que nós queremos que os nossos jovens estudem… Aquela escola pertence ao grupo de escolas cuja recuperação até esteve mais ou menos pensada mas que depois foi congelada pelo governo do PSD/CDS”, constatou a deputada. 

O Bloco de Esquerda promete agora acompanhar o processo de intervenção nesta escola e empenhar-se para que seja uma realidade o mais breve possível.

As Jornadas Parlamentares do Bloco de Esquerda decorreram numa altura em que Orçamento se prepara para ser discutido e votado na generalidade, na próxima quinta e sexta-feira. 

Escrito por Brigantia
Sara Geraldes

Peregrinação da Unidade Pastoral de Macedo às Portas da Misericórdia da Concatedral de Miranda do Douro e Basílica de Outeiro.

A vila de Sintra presta homenagem à L´lhéngua Mirandesa

No passado dia 11 de outubro, a Câmara Municipal de Sintra, aprovou por unanimidade a atribuição do topónimo de La Lhéngua Mirandesa para uma via do município de Sintra.
Recordo que esta foi uma proposta da Associação da Língua Mirandesa, e que foi acolhida pelo executivo sintrense com a argumentação “ que a Língua Mirandesa tem uma inequívoca dignidade cultural para figura numa via do Município de Sintra, tanto mais que existem no nosso concelho, ao que se sabe, uma razoável quantidade de oriundos de Trás-os-Montes, que aqui chegaram no âmbito de movimentos migratórios internos, especialmente nos anos 60 e 70 do seculo pretérito”, refere o presidente da câmara de Sintra, Basílio Horta.

A proposta foi aprovada, sendo emitido um parecer onde se designa  a Criação da Rotunda “La Lhéngua Mirandesa, para o arruamento na confluência entre a via de acesso ao IC30 com vias de acesso ao Bº da Cavaleira e a Avenida Orlando Raposo, em Algueirão, na Freguesia de Algueirão, Men-Martins.

Programa das Sopas e Merendas. De 18 a 20 de Novembro.

Mercado Rural Mirandês 2016

De 5 a 6 de novembro, Miranda do Douro acolhe mais uma edição do Mercado Rural Mirandês – Feira Agro- Alimentar, no Mercado Municipal de Miranda do Douro.
Esta é uma feira que pretende dar escoamento à produção local de produtos genuínos e de elevada qualidade, a fim de estimular a produção e comércio local.

Este é um certame da responsabilidade da Sabores de Miranda – Associação de Produtores Gastronómicos das Terra de Miranda e Câmara Municipal de Miranda do Douro.

As Inscrições devem ser efetuadas, até ao dia 2 de Novembro, às 17 horas, no Balcão Único da autarquia.

De 5 a 6 de Novembro, Miranda do Douro transporta-o para um mundo de aromas e sensações.

Algumas Lendas do Concelho de Vila Flor

O cântaro cheio de novelos de ouro

Há em Vale de Torno [concelho de Vila Flor] muitas fontes de óptima água potável. Entre estas, há uma de boa cantaria lavrada, dentro de um arco, com assentos dos lados, que é legendária(69). Crê o povo que ali habita uma Naiade, que não é mais nem menos do que uma moura encantada, que se ouve tecer, em um tear de marfim, uma teia de ouro, em todas as manhãs do dia de S. João, antes de nascer o sol. Há muitos que têm passado a noite em claro, para terem a ventura de ouvir tecer a moura, mas não o têm conseguido.
É ponto averiguado (e geralmente acreditado na freguesia...) que, indo certa mulher a esta fonte em uma das tais manhãs de S. João, em vez de água trouxe o cântaro cheio de novelos de ouro. A mulher, entusiasmada com tanta riqueza, exclamou:
– Santo nome de Jesus!
Foi a sua desgraça; porque apenas pronunciou o nome de Deus, os novelos de ouro desapareceram.

(69) Esta fonte é conhecida no seio do povo como Fonte de Paijoana (Pintado, 1998: 141) 152

Fonte: LEAL, Pinho – Portugal Antigo e Moderno, vol. 10, Lisboa, Livraria Editora de Mattos Moreira & Companhia, 1882, p. 91.

Na fonte do Lameiro de Cima

Há mouras e tesouros encantados (...) na fonte do Lameiro de Cima, termo de Vilas Boas [concelho de Vila Flor]. Em 1925 foram lá uns homens cavar para desenterrar o tesouro encantado, mas fugiram assustados ao ver o diabo ou a moura feita em horrendo bicho, e uma mulher foi levada pelos ares até cair no Cruzeiro do Prado.

Fonte: ALVES, Francisco M. – Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança, Vol. IX, Porto, 1934, p. 498.

As mouras de Freixiel

Segundo a tradição popular no Castelo [em Freixiel, concelho de Vila Flor] existiu uma povoação dos mouros e em todas as manhãs de S. João ali se ouve uma moura a trabalhar num tear. Outros afirmam que, no mês de Agosto, se vêem mouras a apanhar figos e a estendê-los nas fragas, nos tendais.

Fonte: MORAIS, Cristiano – Estudos Monográficos de Vila Flor: Freixiel, Vila Flor, Câmara Municipal de Vila Flor, 1995, p. 46.


Lenda da Fonte da Crica da Vaca

Esta fonte actualmente só corre desde o Outono até aos finais da Primavera. A água sai de uma abertura num colossal penedo a que, devido à sua forma, o povo chama Crica da Vaca. Segundo a tradição ali passou um cavaleiro, numa manhã de S. João, e tendo sede se baixou para beber, mas, quando o fazia, notando que qualquer coisa lhe entrava pela boca, parou de beber e viu que da fonte saía um grande colar de ouro. Então, muito contente, mas também assustado por pensar que podia ser coisa do diabo, benzeu-se e disse:
– Deus me ajude.
Nesse momento ouviu uma voz triste e distante dizendo-lhe:
– Ah, meu bom cavaleiro, que me desgraçaste, pois acabas de me dobrar o meu encanto!
E assim, diz o povo que ali continua uma bela moura encantada à espera de quem lhe parta o encanto.

Fonte: MORAIS, Cristiano – Estudos Monográficos de Vila Flor: Freixiel, Vila Flor, Câmara Municipal de Vila Flor, 1995, pp. 46-47.


Mil Almas e Covas

No termo de Carvalho de Egas, concelho de Vila Flor, há um sítio chamado Mil Almas e outro as Covas. E por tradição ouvia-se dizer aos velhos que a causa de chamarem Mil Almas e Covas fora porque no tal sítio fora a última batalha que os cristãos tiveram com os mouros quando os extinguiram nestas terras, aonde dizem que os mataram e os enterraram.

Fonte: ALVES, Francisco M. – Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança, Porto, vol. IX, 1934, p. 146.

Mouros Míticos em Trás-os-Montes – contributos para um estudo dos mouros no imaginário rural a partir de textos da literatura popular de tradição oral.

Alexandre Parafita

domingo, 30 de outubro de 2016

“Casa de Espanto, em torno da Coleção da CGD”, no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais

Está já patente ao público, no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, a exposição “Casa de Espanto, em torno da Coleção da CGD”.
"Na sequência de Palácio de Espanto, apresentada no Palácio da Galeria em Tavira, Casa de Espanto volta a contrapor obras da Coleção da Caixa Geral de Depósitos a peças inéditas de artistas convidados e a artefactos provenientes dos espólios de cultura material da região anfitriã – neste caso, Trás-os-Montes. 

Para além de reincidir no confronto da Coleção da CGD com objetos de outros universos e de outros tempos, esta segunda exposição reforça a vontade de criar condições para uma experiência artística muito menos interessada na função educativa ou informativa da arte do que nas suas valências simbólicas, rituais e sociais.

Para esta segunda incursão no território do espanto e nas suas constelações, contamos com um conjunto de novas peças de Renato Ferrão (Vila Nova de Famalicão, 1975), nas quais a interação da luz com pequenos dispositivos escultóricos nos devolve imagens espectrais, como fantasmas, incertas na sua estaticidade, dúbias no seu conteúdo.

A estas obras juntam-se ainda artefactos de uma região onde abundam lendas e fábulas, e cujos rituais pagãos nos deixam um legado material absolutamente ímpar. Da reunião de todos estes objetos esperamos ver surgir diálogos e contrastes, assistir ao despontar de uma tensão produtiva e desafiante, que facilite a imersão do espectador no espaço de desconcerto e intensidade de uma Casa de Espanto.

Artista convidado: Renato Ferrão. Com obras de Ana Jotta, Gaëtan, Jorge Molder, Noronha da Costa, Pedro Sousa Vieira, Ricardo Jacinto, Rosângela Rennó, pertencentes à Coleção da Caixa Geral de Depósitos; e artefactos dos espólios do Museu do Abade de Baçal, do Museu Militar de Bragança e do Museu Etnográfico Dr. Belarmino Afonso. 

Renato Ferrão nasceu em Vila Nova de Famalicão, em 1975. Vive e trabalha no Porto. Em 2000, licenciou-se em Escultura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto (FBAUP). Cofundou o espaço Salão Olímpico – espaço independente, gerido e programado por artistas – com Carla Filipe, Isabel Ribeiro, Eduardo Matos e Rui Ribeiro (2003-2006). Em 2010 foi-lhe atribuído o Prémio de Artes Plásticas União Latina. Em anexo segue uma listagem das exposições individuais e coletivas do artista”. (Bruno Pereira – Fundação Caixa Geral de Depósitos)".

in:noticiasdonordeste.pt

sábado, 29 de outubro de 2016

Notícias da aldeia

Por: Fernando Calado
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
Algures a nordeste é assim…o tempo corre sem pressa no fatalismo dos ciclos que se repetem sem nada de novo…tudo igual. Agora são as vindimas…fazer o vinho… adega domingo à tarde com os amigos e conhecidos de circunstância…e como a conta do outro que seja rico quem quiser!
Depois faz-se a sementeira…só por causa do subsídio…mata-se o porco e logo é Natal… come-se o polvo e o bacalhau… vai-se à Missa do Galo… que vida boa!
Lenha à farta… lume grande e que os Invernos passem devagar no consolo da lareira… assam-se duas castanhas no borralho e come-se o porco que já repousa na salgadeira… tanto se me dá que neve…como que chova!
Depois, alguns morrem…muitos… de velhice e doenças…muitas…mas que se há de fazer…toda a vida se morreu!
Arrastam-se com o reumatismo… embrulham-se em samarras e xailes que duram uma vida…e lá vão andando gemendo e mancando! 
No Verão, às vezes, vêm os filhos da emigração… coitados também não podem vir sempre… mas gostam muito dos pais e da sua aldeia.
…logo é Verão é preciso dar para a festa e para o Sr. Padre que ele, coitado, também tem que se governar…vai-se à procissão…dança-se no terreiro… as bailarinas do conjunto são bem boas!
A autoestrada rasgou o Nordeste…para a intenção que eu tenho de andar nela!
... e os que mandam em Lisboa a rirem-se... como se não existíssemos… contentinhos com a boa e hospitaleira gente do nordeste... em dia duma inauguraçãozinha! 
...olha que pintem a manta!
… haja saúde e coza o forno!
Só que cada vez há menos saúde!... e o forno… não coze sozinho! 
…a sério… já não há paciência!... a sério!


Fernando Calado nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança. 
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”. 

TVR INFORMAÇÃO | 29/10/2016

As 12 medidas que o Governo propõe para reformar a floresta

O Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira um conjunto de medidas para a reforma do sector florestal. O Governo diz querer consensualizar ao máximo esta matéria, colocando-a agora em debate público.

Criação do Banco de Terras
Vai incorporar todo o património rústico do Estado e o património rústico sem dono conhecido que vier a ser identificado. O Estado pode assumir a gestão, ou cedê-la a título provisório a sociedades de gestão florestal ou outras entidades.

Criação do Fundo de Mobilização de Terras
Este fundo será constituído a partir das receitas provenientes da venda e arrendamento das propriedades do Banco de Terras. O fundo destina-se à aquisição de novo património, que será incorporado, por sua vez, no Banco de Terras e disponibilizado para venda ou arrendamento a agricultores, preferencialmente jovens.

Criação do Sistema de Informação Cadastral Simplificada
O sistema de cadastro destina-se a apoiar os proprietários na identificação dos seus prédios, através de um balcão único que permitirá simplificar procedimentos, inovar as formas de relacionamento com os utentes, promover a transparência de informações e acolher a geo-referenciação de todos os prédios.

Criação do regime de reconhecimento das Sociedades de Gestão Florestal
Visa fomentar a gestão florestal profissional e sustentável, reforçar o aumento da produtividade e rentabilidade dos activos florestais e melhorar o ordenamento do território, acolhendo a evolução organizativa das Zonas de Intervenção Florestal.

Simplificação das normas de funcionamento das Zonas de Intervenção Florestal (ZIF)
Tem como objectivo melhorar o funcionamento das ZIF já existentes, potenciando o seu alargamento e tornando possível que possam promover a adesão de novos proprietários ou produtores florestais.

Alteração do regime jurídico dos planos de ordenamento, de gestão e de intervenção de âmbito florestal
Destina-se a atribuir aos municípios uma gradual e maior intervenção nos processos de decisão relativos ao uso do solo.

Novo quadro de incentivos e isenções fiscais e emolumentares para o sector florestal
No âmbito das boas práticas silvícolas e da defesa da floresta contra incêndios, promovendo a rendibilidade dos activos e tornando mais atractiva a silvicultura.

Plano-piloto de prevenção de incêndios florestais e de valorização e recuperação de habitats naturais no Parque Natural da Peneda-Gerês
Um plano para desenvolver ao longo de oito anos, num investimento total de 8,4 milhões de euros.

Reestruturar o sistema de defesa da floresta contra incêndios
Com vista a harmonizar e actualizar os conceitos de edificação e edifício a aplicar em espaços florestais, assim como reforçar o pilar da prevenção.

Regime jurídico aplicável à criação e funcionamento das equipas de sapadores florestais
Incluindo a definição dos apoios públicos de que estas equipas podem beneficiar. De acordo com o Governo, o regime torna-se mais ágil e eficaz e a função destas equipas é reforçada na área do combate.

Revisão do regime jurídico das acções de arborização e de rearborização
As alterações propostas visam também dotar as entidades públicas de mecanismos que incentivem o equilíbrio entre as espécies, conciliando a limitação da expansão com o aumento da produtividade do género eucaliptus, em detrimento de espécies autóctones.

Programa Nacional de Fogo Controlado
O objectivo é promover a gestão activa dos espaços silvestres e a criação de redes de gestão de combustível, incluindo as três componentes fundamentais do uso do fogo: o uso do fogo pela população, na prevenção e a preparação para uso do fogo na gestão de incêndios.

Jornal de Negócios

Utentes queixam-se de abandono na urgência do hospital de referência de Bragança

O Serviço de Urgência do Hospital de Bragança, a unidade de saúde de referência do Nordeste Transmontano, tem sido alvo nos últimos dias de queixas, com utentes a denunciarem situações de abandono e falhas no atendimento.
À Lusa chegaram relatos de um doente de 88 anos transportado pela Emergência Médica que esteve cinco horas abandonado numa maca e de uma bebé de 15 meses que foi levada três vezes à urgência com esperas de sete horas, até acabar por ficar internada.

Contactada pela Lusa, a administração da Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste referiu o reduzido número de reclamações “formais”, ou seja por escrito, e nas estatísticas apontando que “80% dos doentes permanecem na Urgência por um período inferior a quatro horas”.

Eduardo Bruno foge ao padrão depois de ter esperado na noite de terça-feira “sete horas” com a filha de 15 meses e ter regressado duas vezes no dia seguinte, até que acabou por fazer queixa no Livro de Reclamações.

Segundo contou à Lusa, a bebé estava com vómitos e diarreias e, depois de ter esperado “três horas”, foi observada por “um médico geral” na Urgência. Esperaram mais “quatro horas encostados a um canto” até serem mandados para caso com o diagnóstico: “não tem nada”.

Bruno e a mulher Ana Patrícia regressaram na manhã seguinte com a filha à urgência e foram mandados para casa com um antibiótico para uma otite, segundo contaram.

A bebé continuava com vómitos, diarreia e febre e à noite recorreram à urgência, onde foi vista por uma pediatra, depois de o pai reclamar a presença da especialista e fazer queixa no Livro de Reclamações.

A criança ficou internada e teve alta na manhã seguinte medicada para uma gastrenterite viral.

Já em maio, alegam ter passado por uma situação semelhante, em que “só à quarta ida à urgência” lhe foi diagnosticada também uma gastrenterite.

“Já estava desidratada”, relatou o pai.

O pai de Maria Bárbara Martins e Manuel Rodrigo, antigo presidente da Câmara de Miranda do Douro, foi transportado pelo INEM para Bragança na mesma data, terça-feira, tendo entrado na urgência às 17:59.

Os filhos do doente com 88 anos e várias complicações de saúde contaram à Lusa que a maca e a ambulância do INEM só foram libertadas às 21:00 por falta de disponibilidade do hospital.

“O meu pai ficou no corredor e nada de olharem para ele. Só começaram a fazer análises perto das onze da noite e só depois das duas da manhã é que avisaram a família que podia ir embora”, relatou Maria Bárbara.

Os dois irmãos chegaram a Miranda do Douro por volta das três da manhã.

Ambos têm a experiência de várias deslocações com o pai à urgência de Bragança e garantem que “o movimento existente não justificava impedimento de um atendimento normal”.

“Nós sabemos que não é possível ser atendido de imediato, mas o que eu reparei é que não havia interesse na situação desta vez, ninguém olhava para ninguém”, afirmou a filha, realçando que “nem para os doentes, nem prestavam qualquer informação aos familiares”.

Enquanto esperava, Maria Bárbara apercebeu-se de outras situações e desabafos idênticos e presenciou “o desespero de uma mãe a implorar a alguém que lhe vissem a filha” (uma criança).

“Estava toda a gente a dizer que ultimamente é um descalabro”, contou.

O pai é diabético e “ninguém fez caso, esteve sem comer todo o tempo” e “alagado” em urina até os filhos irem embora e ter ficado internado.

“Ficaram com o contacto, mas no dia seguinte ninguém não disse nada. Tentei ligar para o hospital e ninguém atendeu, decidimos ir a Bragança e deram-lhe alta, mas ninguém nos avisava”, continuou, concretizando que chegaram às quatro da tarde ao hospital e já passava das nove quando puderam regressar a casa.

Maria Bárbara pergunta se o pai estivesse ali sozinho como é que era?

“Não foi só com o meu pai, achei que este abandono aconteceu no geral. É desumano”, desabafou.

Esta mulher sugere aos decisores que “devem de volta e meia sentar-se ali, sem se saber quem são, e verem o que se está a passar”.

A Lusa pediu para falar com a administração da ULS do Nordeste e dados comparativos sobre o número de queixas no Livro de Reclamações, o que não foi facultado.

Os administradores decidiram responder por escrito indicando que desde o início de 2016 “até à data foram efetuados no Serviço de Urgência da Unidade Hospitalar de Bragança 37.189 atendimentos, com um valor de exposições formais de utentes na ordem dos 0,1%”.

Enfatizaram também que “o tempo médio de permanência neste serviço se situa nas três horas e meia” e que a taxa de doentes que regressam nas 24 horas seguintes corresponde a “0,6%”.

A ULS do Nordeste invoca ainda “o valor mais elevado (87%) de cumprimento” na área da Administração Regional de Saúde do Norte” dos tempos de espera protocolados.

Agência Lusa

Arribas do Sabor são cenário para percurso pedestre

A aldeia do Larinho recebe no próximo dia 30 de Outubro a I edição do percurso pedestre “ Rota das Arribas do Sabor”.
A rota é marcada por carreiros antigos e por uma paisagem selvagem e agreste onde se destacam as escarpas sobre o Rio Sabor.

O percurso tem início às 09h00 na fonte da ferrada, segue por caminhos de pé posto usados antigamente para acesso da aldeia aos laranjais, olivais e ao Rio Sabor. Destaque para os vários pontos de interesse entre eles o Nicho de S. Valentim, Fonte da Ferrada, caminho da fraga, marinhota, olivais e ribeiro dos boqueiros.

O passeio tem uma extensão de 6 km, de dificuldade média e a duração prevista de 02h30.

As inscrições são gratuitas e estão abertas até dia 28 de Outubro no Gabinete do Desporto da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, Loja Interativa de Turismo e Junta de Freguesia de Larinho.

in:noticiasdonordeste.pt

"Sou Transmontana sou mulher: Retratos" de Lucia Burbano no CIT de Sambade, Alfândega da Fé

A exposição fotográfica "Sou Transmontana sou mulher: Retratos" de Lucia Burbano vai estar patente ao público no Centro de Interpretação do território (CIT) de Sambade entre os dias 5 de novembro a 31 de janeiro.
Trata-se de uma mostra de retratos resultante de uma permanência da autora espanhola no território transmontano. Um trabalho de campo realizado há 7 anos que relata o quotidiano das mulheres desta região. 

Em 2009, a autora viveu e conviveu durante seis meses com membros da Associação AEPGA . Durante este tempo, Lucia Burbano recolheu imagens da vida diária de mulheres transmontanas, partilhando da sua intimidade familiar e do seu trabalho nas aldeias dos concelhos de Vimioso e Miranda do Douro. 

Como parte desta exposição, foi publicado em 2010 o livro intitulado “Olhares sobre as mulheres do mundo rural “ que também inclui fotografias de João Pedro Marnoto e textos de vários autores, incluindo da antropóloga Teresa Novoa, com quem autora viveu esta experiência.

in:noticiasdonordeste.pt

Maria Castanha - Outras Memórias, de Jorge Lage

Mercê de um intenso trabalho de 3 anos, principalmente nos últimos 5 meses, vai sair a público no final de Outubro 2016 o último (quarto) livro, «Maria Castanha – outras Memórias», sobre a memória imaterial da Castanha/Castanheiro. O livro contém importantes memórias castanhícolas de vários municípios do país.
O Prefácio é assinado pelo Prof. Doutor galego, Fernández Ana-Magán e o Posfácio pelo ilustre Escritor/Jornalista, Doutor Barroso da Fonte.

Serão cerca de 310 páginas (1 caderno a cores), capa (17 X 24 cm) com badanas e em quadricromia plasticizada a mate. É ilustrado com cerca de 20 fotos e 3 mapas. 

Além do índice geral com 80 (oitenta) capítulos e sub-capítulos, tem um índice remissivo por cada concelho.

A tiragem é de 300 exemplares e 100 já estão vendidos antes de sairem da tipografia.

Com a publicação de «Maria Castanha – Outras Memórias», fecho um ciclo de mais de 16 anos de pesquisa e recolha da memória imaterial castanhícola, com quatro livros publicados. O formato estrutural é mais atraente que o anterior.

Nota: Alguém que esteja interessado nos meus livros podem ser pedidos a Livraria  Minho, lminho@livrariaminho.pt ou 253271152.
O livro, «Maria Castanha – Outras Memórias», é apresentado nos seguintes locais:

29 de Outubro pelas 15H30 – na «Festa da Castanha de Aldeia do Bispo – Guarda», no Museu da Castanha;

30 de Outubro pelas 11H30 – na «Festa da Castanha de Prados – Celorico da Beira», na Junta de Freguesia;

03 de Novembro pelas 18H30 – na «Festa da Castanha de S. Pedro de Castelões – Vale do Cambra» no Salão Nobre da Junta de freguesia de S. Pedro de Castelões;

12 de Novembro, integrado no Magusto da Casa Regional de Transmontanos e Durienses do Porto, pelas 14H30, no Salão Nobre, na rua Costa Cabral, nº 1037, tel. 225025273, com apoio dos vinhos Val Pedro da empresa Grambeira e jeropiga da Adega Cooperativa de Valpaços;

12 de Novembro, pelas 19H00 – integrada no «Magusto da Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro em Braga», na rua Simões de Almeida, nº 95, com apoio dos vinhos Val Pedro da empresa Grambeira e jeropiga da Adega Cooperativa de Valpaços.

Jorge Lage
in:atelier.arteazul.net

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

FabLabs querem levar construção digital a todo o país

Um conjunto de novos laboratórios está a surgir por todo o país para disponibilizar às comunidades que servem a tecnologia necessária para a construção digital, como protótipos criados em computador e formados por uma impressora 3D.
A tecnologia existe e há quem acredite que será o futuro breve da sociedade. Enquanto não chega a todos, Portugal está a seguir um conceito criado por um investigador norte-americano e replicado por todo o mundo dos FabLabs, os laboratórios de fabricação.

O FabLab Aldeias do Xisto é um dos 16 em funcionamento no país e que marcou presença no encontro nacional destas estruturas que decorre hoje, em Bragança, no Instituto Politécnico de Bragança, que tem também um laboratório do género.

O modelo de gestão e negócio difere e há FabLabs de grandes empresas privadas, de centros de investigação e Ensino Superior ou de Câmaras Municipais, como é o caso do Fundão, segundo António Barreiros, representante daquele laboratório.

Este tipo de encontros, disse, servem para discutir o futuro dos FabLabs e reforçar o trabalho em rede normalmente realizado através das redes digitais, mas que não dispensa o contacto presencial.

António Barreiros explicou à Lusa que "tudo o que é feito num FabLab é a partir do computador, ou seja digital", por isso estas estruturas estão "conectadas ao mundo, à Net e em Portugal estão todos conectados entre si".

Segundo disse, existem mil destes laboratórios em países e zonas completamente subdesenvolvidas, nomeadamente no continente africano, e o número está permanentemente a crescer com o objetivo de ajudar essas comunidades a desenvolverem-se e a melhorar a vida dos habitantes.

Em Portugal, realçou, zonas como o Fundão ou Bragança"têm imensa dificuldade comparativamente com os grandes centros de Lisboa e Porto e estas estruturas funcionam para captar investimento e pessoas para o Interior".

No Fundão tem apoiado as empresas e incentivado a usarem os serviços da FabLab na prototipagem, para fazer estudos, melhorar alguns dos produtos, alguns dos sistemas de maquinaria.

Outra aposta destes laboratórios é a Educação e "levar a fabricação digital para as escolas e fazer demonstrações e ensinar aos miúdos que existe um computador e que, para além de jogar, podem ligá-lo a uma impressora 3D e o pai, em vez de ir comprar o brinquedo, ele próprio pode fabricar o seu brinquedo como quiser e imprimir".

O custo destes equipamentos é ainda inacessível a particulares e muitas empresas por isso "a grande bandeira é que o custo associado a um FabLab é mínimo", como indicou.

Estes laboratórios dispõem de "uma série de máquinas, desde a impressora 3D, a scanners e conseguem concretizar as ideias e ajudar também as empresas que carecem de alguma tecnologia, deste conhecimento", de acordo com aquele responsável.

HFI
Lusa/fim

Bragança abre as portas da Feira Internacional do Norte

Até dia 30 decorre em Bragança mais uma edição da Feira Internacional do Norte. Totalmente dedicada à caça, à pesca e à castanha, este é já um certame de referência.
Este ano com algumas novidades como a presença do maior aquário móvel da Europa. Além disso vai estar também em discussão o novo modelo de gestão da Zona de Caça Nacional da Lombada.


Bispo de Bragança nomeado pelo Papa Francisco como membro da Congregação para o Culto Divino

D. José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda, foi hoje nomeado pelo Papa Francisco como membro da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.
Bispo de Bragança nomeado pelo Papa Francisco como membro da Congregação para o Culto Divino.
O bispo da Diocese de Bragança-Miranda preside à Comissão “Liturgia e Espiritualidade” da Conferência Episcopal Portuguesa e já reagiu à nomeação, tendo agredecido publicamente a sua nomeação. “Antes de mais, desejo agradecer de todo o coração a Sua Santidade, o Papa Francisco, pela minha nomeação para membro da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, constituindo uma graça e uma enorme responsabilidade no serviço à Sagrada Liturgia. Igualmente, agradeço pela confiança que em mim depositou para este serviço à Liturgia da Igreja e manifesto sincera e humildemente a minha total disponibilidade”, referiu.

D. José Cordeiro nasceu em Seles, Angola, em 1967 e em 1975 veio para Parada, Alfândega da Fé. Estudou nos seminários diocesanos de Vinhais, Bragança e Porto.

Foi ordenado Presbítero na Igreja do Seminário de São José, Bragança, em 16/06/1991. Licenciou-se em Teologia, pela Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa no Porto. Entre os anos 1991 e 1998 teve um ativo ministério presbiteral na Diocese de Bragança-Miranda, exercendo diversos cargos e serviços pastorais.

No ano letivo de 1999/2000 foi indicado pelo então Bispo de Bragança-Miranda para obter uma especialização na área da Liturgia, em Roma, tendo concluído a Licenciatura em Liturgia a 16/01/2002 e o Doutoramento a 06/03/2004 no Pontifício Instituto Litúrgico do Pontifício Ateneu de Santo Anselmo.

Foi nomeado Vice-Reitor do Pontifício Colégio Português em Roma no ano de 2001/02 e em 2005/06 passou a Reitor do mesmo Colégio até ao ano de 2011.

De 2008 a 2011 foi comissário deputado na Comissão Especial para o tratamento das causas de dispensa das obrigações do Presbiterado, segundo as normas da Congregação para o Clero.

Em 2010 foi nomeado Consultor da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Durante o período que permaneceu em Roma (1990 a 2011) leccionou várias disciplinas, mormente relacionadas com a sua especialização em Liturgia, na Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade de S. Tomás de Aquino (Angelicum) e no Pontifício Instituto Litúrgico, em Roma. 

De 2005 a 2011 foi também membro do Conselho de redação da Revista Seminarium da Congregação para a Educação Católica, Vaticano. 

O bispo de Bragança-Miranda é também autor de várias obras e artigos publicados.