sábado, 15 de outubro de 2016

José Cardoso Borges

Sargento-mor de Bragança, escrivão da câmara municipal da mesma cidade, fidalgo da casa real e escritor genealógico «dos mais veridicos do reino», segundo diz João Leite Teixeira Chaves, na sua obra O Livro de Miranda. Nasceu em Miranda do Douro e não em Bragança, como muitos apontam, e faleceu em Bragança a 26 de Janeiro de 1745; era filho de Francisco Borges Barreiros e de D. Ana Rodrigues.
Casou em Bragança com D. Clara Maria de Figueiredo Sarmento, filha legitimada de António Figueiredo Sarmento, governador de Bragança, fundador em 5 de Novembro de 1706 do vínculo do morgadio da capela de Santo António do Toural, em Bragança.
Escreveu em 1740: Árvore Genealógica da Família dos Figueiredos da Quinta de Arufe. Fólio máximo de oito folhas, existente em Bragança em poder do escrivão-notário José Júlio Chaves de Lemos.
O título acima encontra-se por fora, na lombada do volume, mas de letra mais moderna e diversa da do texto principal da obra; o verdadeiro seria Árvore Genealógica da Família dos Figueiredos de Bragança, pois é da genealogia desta família que exclusivamente trata a Árvore, como se declara na certidão final; as outras notícias que contém foram inseridas posteriormente, talvez pelo visconde de Ervedosa, António Correia de Castro e Sepúlveda, ou por alguém da sua família, nas costaneiras e páginas em branco do livro, como evidentemente se conclui da diversidade de letra.
O primeiro fólio e verso contém a genealogia de António Correia de Castro e Sepúlveda, 1.° visconde de Ervedosa, filho do tenente-general Manuel Jorge Gomes de Sepúlveda.
Nos cinco seguintes vem a árvore genealógica dos Figueiredos, com desenvolvimento de notas relativamente aos cargos públicos e ramificações da família, e termina por uma certidão passada a 12 de Abril de 1740 por José Cardoso Borges, na qual jura aos Santos Evangelhos que a dita Árvore e notas respectivas são autênticas e conformes aos autores genealógicos.
Segue ainda outra certidão de Frei António Rousado passada em Lisboa a 14 de Fevereiro de 1749, na qual jura o mesmo.
Seguem depois dois fólios em branco: num está colada uma cópia da Árvore Genealógica dos Costados impressa em Lisboa ano de 1829 (é a genealogia do visconde de Ervedosa). Ainda no verso deste está colada uma folha do Farol Trasmontano, primeiro periódico publicado em Bragança, que contém um artigo de Francisco Xavier Gomes de Sepúlveda, abade de Rebordãos, intitulado: «Breve notícia genealógica da família dos Morais».
No outro fólio está colada uma genealogia de Salvador Correia de Sá, alcaide-mor do Rio de Janeiro, sogro do tenente-general Manuel Jorge Gomes de Sepúlveda, e no verso deste uma notícia referente ao falecimento de D. Maria Josefa, viscondessa de Ervedosa, ocorrido em Arufe a 7 de Dezembro de 1859. Vêm ainda apensos a este volume três fólios pequenos de papel grosso, letra antiga, que contém uma genealogia do desembargador
Francisco Jorge e de sua mulher D. Isabel Borges, da cidade de Bragança, que em 1550 instituíram um morgadio com capela na igreja do convento de São Francisco desta cidade, com obrigação de seus administradores usarem o apelido «Jorge».
Este morgadio entrou na família dos Figueiredos em Lázaro de Figueiredo Sarmento, alcaide-mor de Bragança, terceiro neto do instituidor, falecido em 1713.Ver tomo VI, pág. 107, destas Memórias.
Escreveu mais: Notícias de Bragança. Fólio manuscrito (91). Hübner (92) aponta-lhe assim o título: Memórias de Bragança e diz que no fim do século XIX existia este manuscrito na biblioteca de José Freire de Montarroio Mascarenhas, onde Carnide o consultou, mas que ele não o pode encontrar entre os manuscritos deste escritor tanto em Madrid como em
Lisboa. Ver tomo VI, pág. 197, onde fizemos a sua descrição sob o título Descrição topográfica e histórica da cidade de Bragança, que é o seu verdadeiro nome.
Esta obra foi escrita ou contém as notícias pedidas e mandadas à Academia.

Descripsão topografica da Cidade de Bragança

Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança

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