quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Projeto de exploração de urânio junto à fronteira preocupa ecologistas portugueses e espanhóis

Hoje à tarde, ambientalistas portugueses e espanhóis reúnem com a Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta. A exploração de urânio prevista para a província de Salamanca, na vizinha Espanha, e junto à fronteira portuguesa, é o motivo desta visita. Miguel Martins, do Partido Ecologista Os Verdes (PEV), explica o que pretendem com esta audição.
“Queremos perceber junto da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta se tem mais informações do que aquelas que nós temos, e se o próprio município já se pronunciou relativamente a esta exploração, que fica muito perto da fronteira portuguesa.

É uma exploração que está prevista com técnicas muito arcaicas, a céu aberto e com o uso de ácido sulfúrico para a extração, e, como tal, os riscos agravam-se, sobretudo para o município de Freixo, com o perigo de contaminação, além da radioatividade.”

De manhã, membro do PEV e do partido espanhol equivalente, o EQUO , vão estar junto da população da Guarda, distrito que também pode vir a ser afetado caso esta exploração avance.

Ainda não arrancaram as construções para que esta exploração comece, apesar de no passado mês terem havido iniciativas nesse sentido. O Governo português, garante Miguel Martins, está igualmente preocupado.

“Segundo nos transmitiram, há cerca de um mês, houve movimentações de terras junto ao local onde está prevista esta exploração.

Desde 2013 que estamos a par desta situação, informados pelos nossos amigos espanhóis. Apresentámos uma queixa à União Europeia e ao Parlamento Europeu, além de termos questionado por três vezes o Governo português. A última resposta portuguesa é de julho, e transmitiu-nos que é uma preocupação comum. Confirma ainda a contaminação através da propagação de partículas, mas também dos recursos hídricos, uma vez que esta exploração fica em plena bacia hidrográfica do Douro.”

E os esclarecimentos que chegam de Espanha são deficitários, e não convencem.

“O processo tem sido pouco claro por parte do Governo espanhol, que deveria em tempo oportuno informado o Governo português para aquilo que eram os impactes ambientais.

Já há um Estudo de Impacte Ambiental para esta exploração, e o Governo Português nem sequer foi informado dessa situação. Não se pôde pronunciar. Agora estão a ser ativados outros procedimentos protocolares que considera que este avançar da exploração trará problemas gravíssimos para o nosso país.”

A reunião com a Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta está agenda para as 3 horas da tarde. Uma hora mais tarde, os partidos vão falar à comunicação social.

Escrito por ONDA LIVRE

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