sábado, 3 de dezembro de 2016

João Baptista Ribeiro Coelho

Recorte do Jornal "Norte Transmontano"
in:mogadourense.blogspot.pt
Prior de Santos-o-Velho, de Lisboa, doutor em direito pela Universidade de Coimbra, advogado e antigo deputado da nação; sócio do Instituto de Coimbra desde 1888; examinador prósinodal e desembargador da Relação e Cúria Patriarcal. Nasceu em Lamas de Orelhão, concelho de Mirandela, a 3 de Janeiro de 1858 e faleceu em Lisboa a 15 de Dezembro de 1928; filho de José Joaquim Ribeiro Coelho e de D. Benedita de Jesus, naturais de Lamas de Orelhão.
Concluído o curso de preparatórios nos liceus nacionais de Bragança, Braga e Seminário Diocesano desta última, onde também seguiu o curso teológico, que terminou em 1880; ordenando-se logo de presbítero foi, em Outubro de 1885, cursar em Coimbra a faculdade de direito, que terminou em 1890.
Ribeiro Coelho obteve sempre em todos os seus cursos as melhores classificações.
Para custear as despesas próprias, a educação de seus irmãos e prover às necessidades de seus pais, falhos de meios, desde logo começou a dedicar-se à leccionação e, em Coimbra, à elaboração da sebenta, na aula mais importante de cada ano. Durante a frequência do curso teológico regeu uma cadeira de literatura no colégio de S. Luís Gonzaga, em Braga, e outra de latim, e desde 1881 a 1885 professou aquela disciplina no do Espírito Santo, da mesma cidade. Desde 1890 a 1895 regeu no Real Colégio Militar de Lisboa as disciplinas de filosofia, história e geografia com notável apreço de colegas, discípulos e directores. Prior de Santos-o-Velho, de Lisboa, por carta régia de 9 de Fevereiro de 1899, de que tomou posse a 26 do mesmo mês, foi logo nomeado examinador pró-sinodal e, em Julho de 1907, desembargador efectivo da Relação e Cúria Patriarcal.
Foi deputado por Chaves na legislatura de 1897 a 1900 e por Bragança na de 1905 a 1906.
Escreveu:
Um desengano – O tio Libório. 1883. 8.° de XII-211 págs. Saíra primitivamente em jornais de que o autor era colaborador.
O Beneplácito. Braga, Tip. Lusitana, 1884. 8.° de 156 págs. e mais 3 inumeradas.
Saiu primeiro em artigos de polémica no Comércio do Minho a propósito da censura do ministro da Justiça ao Bispo da Guarda, por ter publicado a encíclica Humanum Genus, sem beneplácito régio.
Ensaio académico sobre a teoria do Imposto – Dissertação para a cadeira de ciência e legislação financeira na faculdade de direito. Coimbra, 1889.
Imprensa da Universidade. 1 vol. 8.° de XVI-99 págs. Saiu primeiro em O Instituto.
Discurso pronunciado na sessão de 24 de Janeiro de 1898, na Câmara dos Senhores Deputados. Lisboa, Imprensa Nacional, 1898. 8.° de 15 págs.
Discursos sobre a actual lei de instrução secundária, proferidos na Câmara dos Deputados nas sessões de 10 de Maio e 10 de Junho de 1898. Lisboa. 8.° de 25 págs.
Discurso pronunciado na sessão de 10 de Junho de 1899.Braga, 1900. 8.° de 14 págs.
Em 1902 pronunciou na Sé Patriarcal o discurso do 1.° de Dezembro, que depois foi impresso em folheto de 22 págs., e publicou também muitos de processos jurídicos importantes. Tem trabalhos jurídicos e discursos religiosos em preparação para serem publicados.
A Sicília e a Calábria – Discurso proferido na Basílica da Estrela, em 12 de Fevereiro de 1909. Braga, 1909. 8.° de 14 págs.
José Luciano de Castro – Discurso pronunciado nas exéquias celebradas na igreja da Encarnação, de Lisboa, em 11 de Maio de 1914. Lisboa. 8.° de 28 págs.
Correm também impressos os discursos que pronunciou nas sessões da Câmara dos Deputados de 15 e 16 de Março de 1898 sobre liberdade de imprensa, que abrangem 26 págs. in-8.°
Colaborou nos seguintes periódicos: Correio da Noite, Correio Nacional, Amigo da Religião, Norte Transmontano, Círculo das Caldas,Mundo Legal e Judiciário e em diversos números únicos de publicações extraordinárias.
Pouco depois da sua ordenação de presbítero foi encarregado da direcção do Comércio do Minho, à frente do qual se conservou até 1885, dirigindo e redigindo também nesse tempo a Semana Religiosa e a União.

Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança

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