sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

José António Franco

Doutor em direito pela Universidade de Coimbra, onde fez também o 1.° e 2.° anos da faculdade de teologia, cónego da Sé de Bragança e distinto advogado; regeu várias cadeiras no Seminário de Bragança, como francês, teologia dogmática, filosofia aquinatense, etc.
Nasceu em Bragança, freguesia da Sé, a 22 de Agosto de 1833 e na mesma cidade e freguesia faleceu a 2 de Outubro de 1890. Filho de António José Ribeiro Franco e de D. Carolina Júlia Franco.
Matriculou-se na Universidade de Coimbra em 1856 na faculdade de direito, em cujo ano obteve a classificação de prémio. Concluiu a sua formatura em 1861, obtendo o 1.° accessit no seu quinto ano de direito.
Em Coimbra teve como condiscípulos Manuel Emídio Garcia e Manuel Paulino de Oliveira, ambos de Bragança, e nestas Memórias mencionados, que depois ficaram lentes da Universidade. José A. Franco não teve classificações inferiores a estes; mas era... padre e não convinha à faculdade de direito.
Por decreto de 19 de Junho de 1861 foi apresentado pároco na abadia de Vinhais. Eis os termos desse decreto, sobremodo honrosos para a memória do agraciado: «Attendendo ao seu bom comportamento, intelligencia de que tem dado seguras provas na regencia da cadeira de francez no Seminario Diocesano de Bragança, alem de ser bacharel em direito pela Universidade de Coimbra, onde obteve ser premiado e de ter feito com aproveitamento o 1.° e 2.° anos da faculdade de theologia em Coimbra », etc.
Em 1871 foi apresentado na Sé de Bragança, em virtude da troca feita com o cónego da mesma Luís Baptista Montes, que passou a ser abade de Vinhais. Em 30 de Agosto de 1872 foi nomeado professor de ciências eclesiásticas no Seminário de Bragança, e no ensino dessas disciplinas continuou sempre com muita competência até à sua morte.

Escreveu:
Minuta oferecida pelo ex-Vigário Capitular da Diocese de Bragança no Agravo de injusta pronúncia interposto para a Relação do Porto. Porto, Tip. de Bartolomeu H. de Morais, 1875. 8.° de 14 págs. Versa sobre o caso da insinuação régia feita ao bacharel José Maria da Cunha para vigário capitular à morte do bispo D. José Luís Alves Feijó. O cabido, no uso dum seu direito, elegeu o cónego José Joaquim de Oliveira Mós, que, por aceitar, foi pronunciado, mas obteve despacho despronunciativo.
Minuta de Agravo de injusta pronúncia interposto por Bernardo Figueiredo Sarmento e Francisca Augusta no processo instaurado na comarca de Bragança pelos crimes de homicídio e roubo perpetrados na pessoa do tenente-coronel António de Figueiredo Sepúlveda. Coimbra, Tip. de M. C. da Silva, 1885. 8.° de 21 págs.
Também supomos que seja deste autor o Manifesto do cabido da Sé de Bragança. Porto, 1875. 4.° de 23 págs.
Ver Barros (Bento José de Sousa Brito de). Vimos muitas vezes diversas folhas soltas, em prosa e verso, profusamente espalhadas por mandado de um condenado em África, devido ao proceder desleal, como advogado, do doutor José António Franco. Essa propaganda era feita no dia aniversário da condenação. Isto durou muitos anos, provavelmente toda a vida do queixoso, que era um padre, portanto mais sentido por se tratar de colega no sacerdócio. Tratava-se de António Manuel Alves, reitor de Rebordainhos, concelho de Bragança, filho de António José Alves e de Maria Joaquina, naturais de Nogueirinha, concelho de Macedo de Cavaleiros, de quarenta e três anos de idade, condenado em 1874 por ferimentos em José Bernardo Pereira, de Arufe, em defesa própria.

Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança

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