quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Tutela do Ambiente promete visitar Montesinho para avaliar queixas da população

Associação Rionor satisfeita com reacção da secretária de Estado Célia Ramos às reivindicações apresentadas numa primeira reunião, esta quarta-feira.
Uma delegação de Montesinho saiu esta quarta-feira "satisfeita" do primeiro encontro com um membro do Governo e com a promessa da visita da tutela ao parque natural que se estende pelos concelhos de Bragança e Vinhais. Representes da associação cívica Rionor e dos agricultores da área protegida foram recebidos, no Porto, pela secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Célia Ramos.

A reunião, que durou mais de uma hora, "correu muito bem", segundo o presidente da Rionor, Francisco Alves, e todos os sete elementos da delegação tiveram a oportunidade de expressar as preocupações com as restrições existentes no Parque Natural de Montesinho. A secretária de Estado prometeu, segundo o porta-voz da delegação, que irá visitar o Parque, acompanhada por representantes do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) para contactar localmente com a realidade das populações e desta área protegida.

Célia Ramos ter-se-á também comprometido, de acordo com os interlocutores, a "avaliar a situação" dos prejuízos causados por espécies protegidas como o veado, em culturas economicamente relevantes para a região, concretamente o castanheiro.
A delegação entregou um levantamento feito em quatro aldeias do parque com prejuízos de 133 mil euros, que incluem também multas por corte de árvores protegidas em propriedade privada.

Francisco Alves relatou ainda que o Governo está a trabalhar num novo enquadramento para a gestão dos parques naturais, em que a delegação de Montesinho reclama que tenham representação e participem nas decisões as populações e agricultores. A delegação transmontana ficou "satisfeita" com este primeiro encontro com o Governo, vincando que o propósito da associação criada há dois anos é justamente "promover o diálogo".

Promete continuar a lutar pela reaproximação do parque às populações, reiterando que naquela que é uma das áreas protegidas mais emblemáticas do país, "só se consegue com o envolvimento das populações". "Sem gente não há preservação da Natureza", insistiu Francisco Alves. O dirigente recordou que, há 30 anos, quando foi criado o Parque Natural de Montesinho, residiram nesta área 12 mil pessoas, reduzidas a metade na atualidade. "As restrições também contribuíram para afastar as pessoas", defendeu.

A associação Rionor nasceu de um movimento cívico constituída na aldeia de Varge (Bragança) e propõe-se trabalhar para melhorar as condições daqueles que vivem na área protegida do Parque Natural de Montesinho, no Nordeste Transmontano.

Agência Lusa

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