segunda-feira, 13 de março de 2017

Júlio César Garcia de Magalhães

Ou somente Júlio de Magalhães, como usa frequentemente nos trabalhos literários – General. Nasceu em Bragança a 24 de Março de 1845; filho do valente general Manuel Maria de Magalhães (o qual, sendo furriel do batalhão de caçadores nº 3 e fazendo parte da divisão auxiliar à Espanha, foi condecorado pelo governo espanhol com a cruz de Isabel II pelos feitos heróicos praticados no combate de Arlaban a 9 de Maio de 1837, recebendo a respectiva medalha mesmo no campo de batalha pela mão do general conde das Antas, comandante da referida divisão, e mais tarde também condecorado com a Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, sendo tenente do mesmo batalhão, pelo «seu brioso comportamento e relevantes serviços» na acção de Braga a 20 de Dezembro de 1846) e de D. Carolina Augusta Garcia.
Fez os estudos liceais em Bragança e Lisboa e os da especialidade no Porto, onde concluiu o curso da Academia Politécnica em 1861.
Foi secretário da Escola do Exército (hoje Escola Militar) por decreto de 4 de Novembro de 1885, e durante esse tempo publicou, em anos sucessivos, o Anuário da Escola do Exército, pelo que foi elogiado numa portaria inserta na ordem do exército nº 11 de 1898. Como coronel fez parte do júri para exames de candidatos a majores, e como general foi nomeado presidente de várias comissões encarregadas dos seguintes trabalhos: formular o
regulamento para a lei do recrutamento, decretada em 2 de Março de 1911, e elaborar um projecto de regulamento dos serviços do exército e o regulamento geral dos mesmos serviços. Estes trabalhos mereceram-lhe louvores em portarias publicadas nas ordens do exército n.os 19 de 1911, 7 de 1912 e 23 de 1913.
Tem colaborado nos seguintes jornais: Grinalda, do Porto; Viriato, de Viseu; Jornal do Domingo e Revolução de Setembro, onde teve a seu cargo, por algum tempo, durante a guerra franco-prussiana a crónica estrangeira, no impedimento de Luciano Cordeiro, redactor efectivo daquela secção.

Escreveu:
Álbum de anedotas – Revistas, traduzidas e coleccionadas por... etc. Lisboa (sem data, mas é de 1884). 8.º de 318 págs. e 20 gravuras.
Lista geral de antiguidades dos oficiais e empregados civis do exército, referida a 31 de Dezembro de 1884. Lisboa, 1885. 8.º grande de 80 págs.
Relação dos oficiais e empregados civis do exército, sem acesso, reformados e aposentados, referida a 1 de Fevereiro da 1885. Lisboa, 1885. 4.º de 12 págs.
Ginástica doméstica, médica e higiénica, etc., pelo doutor G. M. Schreber (tradução da décima quinta edição alemã). Lisboa, 1880. 8.º de IV-160 págs., com 45 figuras explicativas de texto.
Tem também publicado várias traduções de romances, como: Um crime da mocidade, por Ponson du Terrail, 1 vol. A Aventureira, por Xavier de Montepin, 2 vols. O sem ventura, por Ponson du Terrail, 2 vols. Os lobos de Paris, por Jules Lermina, 5 vols. O rei dos mendigos, por Paul Feval, 5 vols. Cem mil francos de recompensa, por Jules Lermina, 1 vol. O homem de gelo, por George Sand, 2 vols. A mulher do saltimbanco, por Xavier de Montepin, 2 vols. Padres e Beatos, por Hector Malot, 6 vols. Os companheiros da guitarra, por Paul Saunière, 2 vols. Amor e crime, por Fortuné de Boisgobey, 2 vols. As doidas em Paris, por Xavier de Montepin, 6 vols. Os comunistas no exílio, por Henri Rochefort, 2 vols. A mulher fatal, por Emile Richebourg, 3 vols. O fiacre nº 13, por Xavier de Montepin, 6 vols. Quintino Durward, por Walter Scott, 3 vols. Mistérios de uma herança, por Xavier de Montepin, 6 vols. Crimes de uma associação secreta, pelo mesmo, 6 vols. As mulheres de bronze, idem, 6 vols. Os milhões do criminoso, idem, 6 vols.

Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança

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