sexta-feira, 17 de março de 2017

Sebastião Luís Martins

Doutor em direito pela Universidade de Coimbra, chantre na Sé de Bragança por decreto de 18 de Novembro de 1897, comendador da Ordem Militar de Nossa Senhora de Vila Viçosa, em «attenção aos seus serviços no magisterio e governo provisorio da diocese» por despacho de 7 de Março de 1872. Foi governador do bispado de Bragança por várias vezes e com diversos bispos e professor de ciências eclesiásticas no Seminário Diocesano, nomeado a 22 de Maio de 1862. Já a 23 de Novembro de 1857 fora nomeado provisoriamente pelo bispo Aguiar (de quem era fâmulo) professor de direito eclesiástico, mas deixara esta cadeira indo a 7 de Novembro de 1858 tomar posse da igreja da Bemposta, como pároco colado. Voltou depois para Bragança tomar posse da cadeira de cónego na Sé, em que foi apresentado por decreto de 18 de Agosto de 1862. A 1 de Maio de 1886 foi nomeado vice-reitor do Seminário de Bragança.
Nasceu no Azinhoso a 9 de Agosto de 1825 e concluiu a sua formatura em direito a 3 de Julho de 1857. Era filho de Manuel José Pires e de D.Antónia Teresa de Jesus. Faleceu em Bragança em Novembro de 1911.

Escreveu: Discurso recitado na solene abertura das aulas do Seminário de S. José de Bragança no dia 15 de Outubro de 1895. Bragança, Tip. Brigantina, Praça da Sé, 1896. 4.º gr. de 10 págs.

Datas precisas das comissões que serviu: a 28 de Novembro de 1857 foi nomeado vigário-geral da diocese de Bragança; a 29 de Abril de 1868, por carta do bispo Aguiar, datada de Évora, foi nomeado governador do bispado, cargo em que sucedeu a João José Martins, cónego tesoureiro-mor da Sé de Bragança (foi exonerado deste cargo a 2 de Março de 1869); a 31 de Outubro de 1869, por carta do mesmo bispo, também datada de Évora,voltou a exercer idêntico cargo, em substituição do padre António Joaquim de Oliveira Mós, cónego mestre-escola, sendo exonerado a 29 de Julho de 1870; mas já em 1863 fora governador deste bispado e depois membro da Junta Governativa e, por último, presidente dela; a 27 de Novembro de 1875 foi, pelo bispo Ferrão, nomeado chanceler do Auditório Eclesiástico de Bragança, que aquele bispo pretendia organizar; finalmente, a 1 de Julho de 1890 foi encarregado do governo do bispado na ausência de D. José Alves de Mariz, e depois continuou sempre a exercer esse cargo no impedimento deste bispo.
No Museu Regional de Bragança há um protesto manuscrito, datado de 7 de Novembro de 1869, assinado pelos cónegos João António Correia Sepúlveda, deão, António Joaquim de Oliveira Mós, mestre-escola,Manuel António Pires, José Maria Pereira Lopo, Luís Baptista Montes,Miguel José Lopes, João Manuel de Morais, abade da Sé, e António Augusto Rodrigues, vigário-geral, contra a nomeação de Sebastião Luís Martins para governador do bispado, porque, segundo alegavam, não tinha autoridade, por há pouco ter assistido no teatro a um comício político; ter chamado os fiéis à desobediência ao prelado, cuspindo aleives sobre ele em diferentes números do jornal Amigo da Religião e ser de «caracter iniquo e vingativo».

Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança

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