quinta-feira, 20 de abril de 2017

D. António Bernardo da Fonseca Moniz

Nasceu em Moncorvo a 11 de Março de 1789 (alguns escritores dizem erradamente 1798) e faleceu sendo bispo do Porto a 5 de Dezembro de 1859; filho do doutor Francisco José Nunes da Fonseca Moniz, distinto advogado, e de D. Ana Maria Madureira da Costa. Era doutor pela Universidade de Coimbra, onde terminou o curso em 1814. Tomou ordens de presbítero em 1816 e foi logo nomeado vigário-geral de Valença, lugar importante que ele desempenhou distintamente por três anos, e dali foi colocado abade de Gemeses.
Em 1819, sendo desembargador da relação eclesiástica, foi nomeado pelo arcebispo D. Frei Miguel da Madre de Deus procurador-geral da mitra de Braga, desempenhando ao mesmo tempo os cargos de promotor e examinador sinodal e vigário-geral do arcebispado por despacho de 24 de Janeiro de 1822, acumulando ao mesmo tempo as funções de secretário do arcebispo. Em 1824 foi provido no arcediago de Neiva e em 1826 na abadia de Santa Eulália de Beiris, onde se conservou até 1833. Em 1834 foi, por carta régia, nomeado governador da diocese de Coimbra, e em 2 de Junho do seguinte ano tesoureiro da Sé de Lisboa, onde, em 10 de Janeiro de 1835, obteve um canonicato, continuando ao mesmo tempo no governo do bispado de Coimbra.
Em 1836 foi transferido de Coimbra para governador do arcebispado de Braga, sendo exonerado a 15 de Setembro desse ano. E em 15 de Janeiro de 1840 foi nomeado bispo do Algarve, confirmado pelo papa Gregório XVI no consistório de 22 de Janeiro de 1844 e sagrado em 16 de Junho do mesmo ano pelo arcebispo de Braga na igreja do convento de Palme, propriedade de sua família.
Pelo falecimento do bispo D. Jerónimo foi transferido para a diocese do Porto a 15 de Março de 1854 e confirmado a 23 de Junho do mesmo ano, e por morte do cardeal Figueiredo, arcebispo de Braga, foi pelo rei D. Pedro nomeado arcebispo daquela diocese, mas desculpou-se e as suas razões foram atendidas.
Foi por três vezes deputado da nação e ministro da Justiça desde 7 de Julho de 1851 a 4 de Março de 1852, não chegando, porém, a exercer o cargo, que estava sendo servido interinamente por Rodrigo da Fonseca Magalhães.
Tinha as comendas das ordens de Cristo e S. Tiago, a grã-cruz da mesma ordem e a carta de conselho. Está sepultado na Sé do Porto. Deixou herdeiros seus irmãos barão de Palme e Carlos Felizardo da Fonseca Moniz.

Escreveu:
Pastoral aos diocesanos do bispado de Coimbra, quando vigário capitular e governador do mesmo bispado em 1834. «Imprimiu-se – diz Inocêncio F. da Silva –; porém, nunca pude vê-la». Diz-se que é um documento notável pelo espírito de intolerância que respira, de que o autor posteriormente se arrependeu.
Carta-pastoral do bispo do Porto aos seus diocesanos. Lisboa, na Imprensa Nacional, 1854. 4.º de 45 págs.
Pastoral sobre a definição dogmática da Imaculada Conceição da Virgem Mãe de Deus.
Pastoral por ocasião da publicação da Bula da Santa Cruzada. Foram publicadas todas três na Atalaia Católica de Braga, vols. I, II e III.

Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança

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