quarta-feira, 28 de junho de 2017

Adesão de Bragança à Associação Nacional de Assembleias Municipais gera discórdia entre os deputados brigantinos

A associação Nacional de Assembleias Municipais continua a dar que falar. Depois de em Torre de Moncorvo os deputados municipais terem chumbado a adesão à associação nacional, em Bragança o tema também gerou discórdia.
Era um dos assuntos da ordem de trabalhos da assembleia municipal de Bragança ontem, mas a polémica foi rapidamente levantada com muitos deputados a questionar o presidente da mesa da assembleia, que pediu votos favoráveis aos presentes. Bruno Veloso, deputado do Partido Socialista, foi um dos mais interventivos e que se opôs à adesão, por considerar que há muitas ambiguidades nos estatutos. “Tem estatutos que são absolutamente orgânicos, não descrevem objecto absolutamente nenhum, nem qual o propósito, nem o interesse e muito menos a dimensão que se queira dar a uma associação desta natureza, podia ganhar credibilidade se um conjunto de assembleias aderissem mas não sabemos para que propósito.”
O deputado socialista refere ainda o facto de se reivindicar que a associação nasceu em Trás-os-Montes, mas que tem sede no Porto. Para Bruno Veloso, o tema levado a discussão em assembleia não tem sentido pela “falta de credibilidade e de utilidade.”
“Não me recordo de ter discutido uma coisa tão sem pés nem cabeça, estamos a falar de uma proposta que não se sabe de onde vem, quem são os seus mentores, aqui foi perguntado e não foi dito. Entendemos que há duas ou três pessoas que participaram nela. Isto é uma associação que se inicia com um conjunto de pessoas que formam uma associação privada, para fazer uma associação de presidentes de assembleias municipais, para gerar algum circuito de poder, eventualmente”, refere.
O deputado considera que todos os princípios desde a recomendação de votação até aos estatutos são antidemocráticos.
Da bancada do PSD Júlio de Carvalho também interveio, dizendo que não vê nada positivo nesta associação nacional, mas pediu à sua bancada que votasse a aprovação para o assunto ser levado a reunião de câmara.
“Com toda a franqueza e rigor, não tem um objectivo definido, o que é fundamental numa associação e não tem receitas próprias. Portanto, eu votei a favor só por uma razão, não se decidiu já a adesão da assembleia municipal a esta associação de municípios porque está dependente de uma decisão da câmara. E depois como foi uma iniciativa do presidente da mesa da assembleia municipal de Bragança e de outros do distrito, eu entendi que não devíamos afastar-nos do processo. 
Para já foi aprovado por maioria que o assunto seja levado a reunião de câmara, e se for aprovado aí a adesão vai ter a votação final na assembleia municipal. 

Escrito por Brigantia

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