quinta-feira, 13 de julho de 2017

Autarca de Carrazeda de Ansiães lamenta falta de dinheiro para o Douro

Ponto final no sonho de aumentar a navegabilidade do rio Douro. A candidatura aos cerca de 60 milhões de euros necessários para as obras no troço entre a Valeira e o Pocinho (24 quilómetros) foi recusada por falta de verbas disponíveis, pois, de acordo com o Público, os 90 milhões de euros de um total de 509 milhões de fundos europeus atribuídos a Portugal foram alocados foram atribuídos aos investimentos ferroviários da linha Sines Elvas, mais concretamente ao troço entre Sines e Grândola e à fase 2 do troço Évora-Caia.
“Somos sempre preteridos”, lamentou José Luís Correia, presidente da Câmara de Carrazeda de Ansiães, concelho para o qual estava prevista a construção de um cais comercial que permitiria a chegada de turistas e o transporte de mercadorias.

“Temos de esperar por outras oportunidades. Só espero que não venham depois, a correr, fazer as obras por se ter verificado algum acidente.

É lamentável que esta terceira fase do projeto não vá em frente”, diz José Luís Correia, eleito pelo PSD há oito anos mas que não se recandidata a um terceiro mandato.

Em duas fases anteriores, o projecto da Via Navegável do Douro já havia conseguido apoios de quase 14 milhões de euros para projectos orientados para os sistemas de segurança e de comunicação.

José Luís Correia considera que a reprovação da candidatura à terceira fase do projeto “é um grande prejuízo parta o concelho e toda a região”.

“Era uma oportunidade única para melhorar o caudal do rio Douro, que permitiria o aproveitamento turístico em maior escala e o transporte de mercadorias”, comentou.

Entre as mercadorias incluía-se o minério de ferro que deverá ser extraído das minas de Moncorvo.

Ao Público, Carlos Guerra, um dos responsáveis do projeto, explicou que dados os entraves que foram colocados inicialmente a essa via, o transporte do minério será feito “por via terrestre”, como há muito estava previsto.

Para a zona de Foz Tua, em Carrazeda de Ansiães, estava prevista a construção de um cais comercial, que agora não sairá do papel. “Não vejo grandes alternativas”, disse.

António G. Rodrigues
in:mdb.pt

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