quinta-feira, 20 de julho de 2017

Professor de história e a filha arquitecta produzem um dos melhores azeites do mundo

O Magna Olea, azeite virgem extra de Trás-os-Montes DOP, produzido na Quinta da Fonte, em Vale de Madeiro, no concelho de Mirandela, foi distinguido em dois dos mais importantes concursos mundiais.
A nova colheita ganhou, recentemente, a medalha de ouro no Concurso Internacional de Nova Iorque, arrecadando ainda a medalha “Premier”, prémio máximo, no concurso Olive Japan, tendo sido a única marca portuguesa, este ano, a conseguir esse feito.
Uma das responsáveis por esta empresa familiar confessa ter sido uma surpresa, principalmente a vitória, no Japão. “Não tinha grande esperança de ganhar porque é um concurso de alto gabarito”, refere Pilar Lima, que considera ainda que os vários prémios internacionais conquistados, desde 2007, no Brasil, França, Dinamarca, Espanha, Argentina, Israel, Japão e Estados Unidos, são, acima de tudo a afirmação de uma marca de qualidade. “O que nos importa é mostrar esta consistência de prémios para que as pessoas percebam que há aqui um produto de muita qualidade”, diz.
O Magna Olea emerge de cerca de 6000 oliveiras plantadas em modo de sequeiro, num sistema de produção integrada, sem aplicação de qualquer tipo de pesticidas.
A diretora comercial da empresa considera que o segredo está na paixão que o pai (Jerónimo Lima) tem pela olivicultura. “É a força desta máquina, porque não pára quieto, controla todo o processo produtivo com uma entrega inigualável e mantendo sempre um grande respeito pela natureza e pelo seu equilíbrio”, revela esta arquiteta de formação, mas agora inteiramente dedicada a esta causa.
De resto, considera que o mérito também assenta “nas caraterísticas do micro-clima da região, e no terroir, ou seja, as condições dos terrenos, a orientação solar e outros aspetos que contribuem para a qualidade de vários produtos desta região”, ressalva.
Outro aspeto importante para obter um azeite de qualidade passa pela apanha o mais cedo possível, contrariando a versão popular que só deve acontecer depois de Janeiro. “Na última campanha começamos a apanha no final de outubro, porque quanto mais cedo se apanhar a azeitona, melhor é o paladar do azeite produzido”, garante Jerónimo Lima, licenciado em história, mas que se dedica exclusivamente à agricultura, há mais de 25 anos.
A empresa conta com três membros da família Abreu Lima. O pai é o produtor. A filha Pilar, diretora de marketing e de vendas. A outra filha, Teresa, é designer e responsável pelo desenho da garrafa do Magna Olea, que emerge de cerca de 6000 oliveiras plantadas em modo de sequeiro, num sistema de produção integrada, sem aplicação de qualquer tipo de pesticidas.
“É uma marca familiar que continua um legado e fazemos questão de manter na quinta uma árvore milenar, que é também o nosso símbolo”, afirma Jerónimo Lima, que faz todo o trabalho em conjunto com um funcionário.
Mesmo assim, só precisa de 20 dias para fazer a apanha. “Não há domingos nem feriados para que a azeitona não amadureça demais e só não trabalho de noite porque por não ter visibilidade”, conta.

Por: Fernando Pires
Revista Raízes

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