sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Memorial aos ex-combatentes da 1ª Guerra Mundial

A fazer  100 anos após a ida dos primeiros militares portugueses para as frentes de combate da 1ª Guerra Mundial, Vale Benfeito, no concelho de Macedo de Cavaleiros, vai ter um monumento em homenagem aos ex-combatentes no conflito.
Uma ideia que partiu um filho daquela terra. Armando Martins, agora aposentado, foi professor de História na Universidade de Lisboa e atualmente membro da Academia Portuguesa de História, procurou durante cerca de um ano pelo nome e pela história dos conterrâneos que arriscaram a vida na primeira grande guerra.

“Eu pensei fazer alguma pesquisa sobre a participação de soldados de combatentes aqui da aldeia nessa guerra. Para minha surpresa, encontrei um número razoavelmente grande de participantes de combatentes, um total de dez. A partir daí, comecei a fazer pesquisa no arquivo histórico militar, depois no arquivo da cruz vermelha e, mais tarde um pesquisei um pouco na torre do tombo e no arquivo distrital de Bragança. Portanto, há uma série de arquivos que eu percorri para encontrar elementos que me permitissem situar esses militares que combateram na 1ª Guerra Mundial.”
Desses dez, dois deles perderam a vida e houve ainda três que ficaram prisioneiros nos campos de concentração na Alemanha. Mas, todos eles, segundo o historiador, sofreram as agruras da guerra.

E, segundo ele, é hoje um “dever” manter as memórias acesas.

“O historiador tem sempre uma responsabilidade social, isto é, deve alertar os seus contemporâneos para esse dever de memória. Houve gente que no passado sofreu, combateu, lutou, para que nós, hoje, estejamos aqui e com uma vida melhor. Portanto, não se trata de fazer uma festinha ou uma pequena comemoração, trata-se sim de recordar, de, se quisermos, celebrar, no sentido histórico, esse conjunto de homens combatentes que deram a vida ou a expuseram para que nós hoje possamos ter um futuro melhor, e eu acho que isso é muito importante.”
Um estudo que Armando Martins considera que deveria ser feito em todas as localidades do país para que as memórias da guerra tragam mais valor à paz.

“Era um trabalho que alguém poderia fazer e eu acho que seria útil em todas as aldeias, não só aqui mas no país. Esta é uma efeméride que está a ser comemorada em toda a Europa , não se trata de recordar a guerra por recordar e sim de alertar os nossos contemporâneos para esse dever de memória. por outro lado é preparar o futuro, explicando e alertando que não é com as guerras que se resolvem os problemas mas sim com a paz, diplomacia e entendimento. É um dinamismo para o futuro.”
Recorde-se que a 1ª Guerra Mundial durou 4 anos, de 1914 a 1918, onde se perderam cerca de 20 milhões de vidas humanas.

No próximo domingo vai ser inaugurado um memorial com os nomes dos combatentes, por ordem militar, junto à Igreja Paroquial de Vale Benfeito em Macedo de Cavaleiros, após a Eucaristia marcada para as 16h.

Escrito por ONDA LIVRE

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