quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Autarca de Alfândega da Fé é alvo de queixa por alegado favorecimento em negócio

Grupo de cidadãos alfandeguenses acusa Berta Nunes, autarca de Alfândega da Fé de alegado crime de favorecimento em negócios, mas também alterações a um contrato de concessão​, que envolve um empreendimento turístico.
Em causa está o aluguer de cinco apartamentos que estão desde novembro de 2015 a ser explorados por um valor de 350 euros mensais e uma loja turística, adjudicada desde janeiro a outra pessoa, por 100 euros/mês.

A soma da renda das seis infra-estruturas perfaz um total de 450 euros mensais para as contas do município.​

Segundo uma denúncia anónima enviada ao Tribunal Judicial de Macedo de Cavaleiros e à qual a Onda Livre teve acesso​, Berta Nunes terá adjudicado recentemente os seis empreendimentos pelo valor de 150 euros mensais, por um período de 15 anos, à mesma pessoa a quem tinha sido atribuída a exploração dos cinco apartamentos​.

​Feitas as contas, o município de Alfândega da Fé fica com ​um prejuízo de 300 euros.

​Contactada pela Onda Livre, Berta Nunes desconhece a existência do inquérito de investigação e diz que se​ trata de uma forma de lançar um boato em véspera de eleições.

“Nego ter conhecimento desse inquérito, nego que qualquer um dos vereadores tenha sido inquirido, pelo menos os do executivo não foram, quanto aos da oposição não tenho conhecimento, por isso, não posso saber se existe alguma investigação. Até pode existir visto que fomos alvo de várias acusações são longo dos oito anos mas todas elas acabaram por ser arquivadas e muitas delas também eram anónimas.

Agora que queiram lançar um boato ou problema em véspera de eleições que, na minha opinião, não têm qualquer fundamento pois eu nunca tomei decisões individuais sem informação jurídica e é em reunião de câmara que as decisões são tomadas.

Por isso, estou completamente à vontade e não estou a perceber porque é que surge agora esta situação a não ser que seja, precisamente, para tirar dividendos políticos.”
Na queixa apresentada ao Tribunal de Macedo de Cavaleiros, ​é referido que o concessionário exerce funções políticas numa União de Freguesias do concelho​ de Alfândega, lugar ao qual se recandidata.

Mas os dados apresentados  vão mais longe e referem ​que o município não recebeu qualquer renda desde novembro de 2015 pelos cinco apartamentos.

Berta Nune disse à Onda Livre não possuir documentos para confirmar esta falta de pagamento, mas considera, fazendo referência ao contrato celebrado em novembro de 2015, que se houver atrasos no pagamento, estes têm de ser feitos​.

“O aluguer dos cinco apartamentos foram objeto de concurso e foram adjudicados a essa pessoa.

O concurso existiu e foi transparente, concorreram mais pessoas, e a concessão resultou desse concurso.

Se existe alguma dívida neste momento não lhe sei dizer mas, se tiver, certamente que a irá pagar.”
​Na denuncia anónima, estes atrasos são considerados como um assunto “absolutamente duvidoso para o cumprimento de qualquer novo contrato”.

Foto: Arquivo Onda Livre
Escrito por ONDA LIVRE

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