segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Dívida da autarquia macedense pode chegar a 18 milhões de euros

Benjamim Rodrigues estima que a dívida do Município de Macedo de Cavaleiros possa chegar aos 18 milhões de euros.
O executivo pediu uma auditoria às contas da câmara que deve começar dentro de três semanas, mas alguns dos números já são conhecidos.

Além da dívida às Águas do Norte que, segundo o presidente, a contar com os juros a pagar, ascende a 8 milhões de euros, o município deve ainda cerca de um milhão naquilo a que a chama “facturas fantasma” que podem deixar esses credores com grandes prejuízos, refere o autarca.

“Todos os dias nos surgem faturas novas por pagar, algumas delas não têm qualquer referência no nosso departamento financeiro, são de particulares que reclamam dívidas à câmara com indicação de que teriam sido dadas ordens verbais para executarem, mas não existem comprovativos.
É muito aborrecido termos pessoas que trabalham no nosso concelho e que dependem do trabalho que efetuam e, depois, não há nada que comprove e nos dê uma base legal para podermos pagar.

Neste âmbito, poderemos ter cerca de 800 mil a um milhão de euros de dívidas, muitas delas com faturas que podemos chamar de “fantasma”, simplesmente não existem.

Economicamente, para os empreiteiros e outros prestadores de serviços, isto é muito desconfortável e pode, inclusive, causar falências.

Não sei mas penso que a dívida pode chegar a 18 milhões.”

Números que Benjamim Rodrigues admite que não estava à espera de encontrar nos cofres do município e que podem comprometer alguns projetos e até, a longo prazo, levar à falência da autarquia.

“Obviamente.
Queríamos fazer um trabalho de requalificação intensivo nas aldeias, particularmente o abastecimento de águas que sabemos que é um “cancro” no nosso município, trabalhar na racionalização e resolução do problema de perdas de água que, neste momento, pode andar na ordem dos 82 %, o que é gravíssimo e temos de arranjar uma solução para isso, com risco de, em um prazo de 10 anos, termos a câmara falida.

Nós queremos requalificar algumas zonas e vamos ter de fazer esforços múltiplos. Partimos já em desvantagem considerável e sabemos que vamos ter um ano perdido.”

Quanto ao apoio dado às associações do concelho, o presidente admite a necessidade de reequacionar essa ajuda.

“Temos que reequacionar o apoio às associações que são muitas e, como tal, o todo faz muito dinheiro.
É, de facto, um investimento que é necessário porque para este executivo é muito importante o apoio às associações. Vamos ter que fazer um grande esforço mas vamos querer manter esses apoios. 

O pretendido era melhorá-los mas eles estão, à partida, hipotecados e, como tal, vamos ter que fazer um grande esforço para, pelos menos, manter o mesmo nível dessas ajudas.”
Preocupações do presidente do município macedense sobre a situação financeira da câmara de Municipal à qual tomou posse há cerca de um mês.

Escrito por ONDA LIVRE

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