quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Mirandela escolhida para distribuir 100 toneladas de açúcar

A Cooperativa dos Produtores de Mel da Terra Quente e Frutos Secos, em Mirandela, foi escolhida para ser a base de distribuição de cerca de 100 toneladas de açúcar que vão servir de alimento a cerca de 60 mil colmeias do Norte do país, que se encontram em zonas de mato, onde se registaram incêndios.
Trata-se de um plano do Ministério da Agricultura que está a ser desenvolvido para minimizar os impactos negativos dos fogos, com a colaboração da Federação Nacional dos Apicultores.

Ontem chegou o primeiro de quatro carregamentos, com cerca de 24 toneladas de açucar, na presença dos serviços veterinários.

“Fomos escolhidos, Mirandela, para distribuirmos o produto, neste caso o açúcar para a zona Norte que começa desde o Minho até ao extremo do país, onde estão cerca de 10 organizações. No primeiro descarregamento a distribuição é de cerca de 24 toneladas, hão-de vir mais três carregamentos de igual modo para distribuir pelos apicultores que fizeram o recenseamento das suas organizações para poder ser distribuído o açúcar. 

Quantos apicultores estão aqui em causa? Na nossa zona cerca de 30 apicultores, noutras zonas sei o número de colmeias aproximado, cerca de 60.000 colmeias.”
José Domingos Carneiro, presidente da cooperativa dos produtores de Mel da Terra Quente, revela que as cerca de 100 toneladas de açucar vão ser distribuídas por 60 mil colmeias de uma dezena de organizações de produtores da região Norte, sendo que em Trás-os-Montes vão ser contemplados três dezenas de apicultores dos concelhos de Mirandela, Torre de Moncorvo, Murça e Alijó.

José Domingos diz ser fundamental esta ajuda

“É excelente porque no próximo ano prevê-se que seja um ano péssimo para as abelhas nessas zonas. Já foi um ano mau devido à seca que ainda estamos a atravessar mas pior ainda vai ser exatamente nessas zonas onde ardeu todo o mato que se for um ano que pode ser bom em algumas zonas, ali vai ser mau de certeza porque não têm alimentação.”
O setor da apicultura também não escapa aos prejuízos causados pela seca. José Domingos Carneiro garante que a queda na produção ronda os 30 por cento, se comparado com o ano anterior, mas relativamente a um ano normal de produção, a quebra ronda os 90 por cento

“Nós temos aqui cerca de 40.000 colmeias na nossa zona controladas. Nós devemos ter tido em relação ao ano anterior que foi um ano mau, cerca de 30% do mel produzido o ano passado com a agravante de neste momento estarem a ser alimentadas colmeias mesmo em zonas que não têm nada a ver com incêndios; estão a ser alimentadas porque não têm alimento para tantas colmeias. Eles não conseguiram recolher para elas muito menos para a extração do mel.

Isto está a comparar com um ano mau? Comparando com um ano razoável a quebra na produção seria muito significativa? Nós teríamos 10% num ano normal. Nós tivemos colmeias que não colheram para elas. Houve algumas que colheram mas outras não. Terrível. Os apicultores há uns que dizem já que vão desistir mas a gente tenta animá-los. Melhores anos virão mas sinceramente não sei, não está fácil.”
Os incêndios e a seca são responsáveis por uma drástica diminuição na produção de mel na região transmontana.

INFORMAÇÃO CIR (Rádio Terra Quente)

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