quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Bragança ganha espaço para criação de Arte aberto a todos os criativos

Bragança ganhou um novo espaço cultural aberto a todas as artes e criativos, iniciativa de dois artistas locais que disponibilizam uma casa para todas as manifestações artísticas, sem esquecer os mais novos e cidadãos portadores de deficiência.
Foto: https://www.facebook.com/xanaemiguel/
A Plataforma de Arte e Criação oferece residência para retiro de artistas, espaço para exposição, formação com "a ambição de que cada criador se sinta num espaço em que a porta está aberta para ele".

Da pintura à escultura, da música ao teatro, esta casa no centro da cidade de Bragança foi pensada e é um investimento pessoal de Alexandra Dias, professora de literatura e artes plásticas, e Miguel Moreira e Silva, artista plástico, ainda sem apoios institucionais.

Alexandra Dias também pinta e foi quem concebeu este projeto, pensado a universidade da ilhas Fiji, onde trabalhou, mas que não conseguiu concretizar.

Regressou a Bragança e partilhou a ideia com o amigo Miguel Moreira e Silva e decidiram avançar, tirando proveito "daquilo de que cada um tem maior virtude", ele das artes plásticas, ela a parte de organização, estruturação dos projetos e conceção, além da vertente pedagógica.

A Plataforma abriu como "espaço multidisciplinar, multiartístico, como uma porta aberta a outras artes, primordialmente a música, pequenas performances de teatro, escultura, pintura, sem esquecer as máscaras", típicas da região de Bragança.

"A nossa ideia é sermos um espaço aberto para as pessoas virem aqui fazer residências artísticas e para que os artistas de todos os pontos do país - e, muito em breve, pretendemos estender à Península Ibérica e fazer um ponto interartístico com a arte ibérica -- sintam que este é um espaço onde podem vir para estar e ficar durante uns dias", explicou Alexandra Dias.

Este é também um espaço para "desfrutar das obras expostas, para adquirir a preços acessíveis, para que as pessoas se divirtam e, se quiserem, aprendam a fazer máscaras, a pintar acrílico ou uma aguarela", segundo os responsáveis.

Os promotores querem também envolver os jovens, em colaboração com o Instituto Politécnico de Bragança.

"É interessante trazer os alunos, ter aqui os artistas e os alunos estarem a observar e ver", considerou Alexandra Dias, realçando que este espaço está também pensado para "os mais novos e cidadãos portadores de deficiência".

Aos mais novos propõem oficinas para "interpretação da obra dos grandes pintores da História da Arte e que passam por interpretarem também a teoria da Arte".

O espaço tem atualmente patente uma exposição coletiva com obras dos artistas plásticos Miguel Moreira e Silva, de Bragança, Dila Moniz, das Caldas da Rainha, Luiz Morgadinho, de Seia, Mutes, de Arcos de Valdevez, e Costa Araújo, de Braga.

Outros dos propósitos apontados por Miguel Moreira e Silva é "apoiar a carreira artística" de quem quiser associar-se ao projeto.

O espaço nasce da "paixão" dos promotores por esta área e "sem apoios institucionais", como vincou Miguel, estando agora nos planos dos promotores candidatar-se a fundos destinados ao setor, "para investir nos materiais necessários, que são bastante caros, desde cavaletes, tintas, silicones e resinas" para as oficinas.

O investimento inicial, dizem, "não foi assim tão grande". Usufruíram da entreajuda, para algumas questões logísticas, assumem o custo do arrendamento e funcionamento do edifício, e "usaram velho e puseram bonito", para com "muito pouco fazer muito".

Agência Lusa

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