quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Os GODOS na História do Distrito de Bragança

Os godos pertenciam à horda de bárbaros que, como dissemos, no princípio do século V invadiram as províncias do império romano.
Estes, segundo diz Idácio, caíram sobre a Itália, depois estabeleceram- se nas Gálias, de onde começaram a fazer incursões nas Espanhas.
Já os vimos em luta com o suevo Requiário. A vitória que contra ele alcançaram deu-lhes a preponderâcia na península que, em 466, Eurico, rei dos godos, subjuga de facto pelas armas, e, em 531, elegem por rei Amalarico, na Espanha, onde extinguem sucessivamente a autonomia dos alanos que haviam ocupado as antigas províncias Lusitânia e Cartaginense, a dos vândalos silingos, aos quais coubera a Bética, e, por último, a dos suevos.
Deve notar-se que os limites das províncias pertencentes a estes bárbaros nunca foram respeitados exactamente; vivendo em contínua luta, alargavam ou encolhiam as fronteiras à mercê das vitórias. Os suevos chegaram a dar ao seu reino, cuja capital era Braga, à custa das províncias dos outros, uma extensão enorme.
Vários reis godos sucederam na Espanha, aos quais ficou sujeita a Galiza, e, por conseguinte, a região bragançana, até que, reinando Egica, deu em vida a seu filho Vitiza o reino de Galiza, mas, pela morte do doador, sucedida em 701, voltou à monarquia gótica.
A série dos reis godos na Espanha, depois de extinta a monarquia sueva, é a seguinte: Leovigildo que, ainda ariano, perseguiu os cristãos; Recáredo, seu filho, que se converteu ao Cristianismo e com ele a nação; Liuva, Vitérico e Gundemaro; Sisebuto; Síntila; Sisenando; Quintila; Tulga; Quindasvinto e Recesvinto; Vamba; Ervígio; Egica; Vitiza e Rodrigo, em cujo reinado foi Espanha invadida pelos mouros, comandados por Tariq e Musa, lugar tenentes do wali, no ano de 711, que extinguiram a monarquia gótica.
De Vitérico, que reinou desde 603 a 610, há moedas cunhadas em Ledra, Ledera ou Latra, da metrópole de Braga, que ficava no actual concelho de Mirandela, bem como de Tulga (640-641); igualmente as há de seu sucessor Quindasvinto (641-648) cunhadas em Calapa (ruínas entre Moimenta, no concelho de Vinhais e Qualedro, na Galiza).




Memórias Arqueológico-Históricas
do Distrito de Bragança

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