domingo, 11 de fevereiro de 2018

Autarca critica atuação inédita das Finanças na Feira de Vinhais

O presidente da Câmara de Vinhais, Luís Fernandes, insurgiu-se, este domingo, contra a atuação das Finanças na tradicional feira anual da Feira do Fumeiro de Vinhais, onde durante dois dias vários inspetores atuaram e levantaram autos.
Uma "situação inédita", assim a descreveu hoje, em declarações à Lusa o autarca, indicando que "na sexta-feira e no sábado houve a visita de vários elementos ligados às Finanças", numa atitude que classificou de "algum exagero" para com aquele que é o certame mais antigo do género no país, com 38 anos.

"Pelo que me foi transmitido seria um objetivo pedagógico, mas eu penso que, da maneira que foi feita, foi mais até intimidatório e acabou por criar aqui constrangimentos que me parece que poderiam ter sido evitados se tivessem agido de outra forma", observou o autarca socialista.

Luís Fernandas ressalva que "a lei tem de ser cumprida", mas defende que há situações em que "o bom senso" devia prevalecer, o que entende não correu, considerou, na forma como estas inspeções foram feitas.

"Criou vários constrangimentos, prejudicou até a feira e penso que não foi muito correta a atuação da maneira como foi feita e com a dimensão que foi feita", insistiu, explicando que "da maneira como entraram na feira, como o fizeram, as pessoas ficaram um bocado assustadas".

"E, tendo em atenção o número de inspetores parece-me que foi algo exagerado, nunca foi feito, não sei porquê este ano", acrescentou.

O fumeiro de Vinhais é a base de uma fileira que movimenta seis milhões de euros por ano no pequeno concelho transmontano e que tem todos os produtos com proteção comunitária, incluindo a raça de porco bísara, responsável pela matéria-prima que distingue os enchidos e outros produtos associados.

O presidente da Câmara considerou o que se passou nesta feira "incompreensível" e defendeu que "todas entidades têm de contribuir para ajudar este tipo de feiras, ajudar os produtores, ajudar estes investimentos porque são condições específicas e que interessa ajudar e não prejudicar e da maneira como foi feita".

"Penso que foi mais prejudicial do que benéfica. Sendo certo que temos que cumprir a lei, toda a gente tem de cumprir a lei, mas há aqui a questão do bom senso e penso que devia ter sido levado em conta e não foi", afirmou.

O presidente disse que sabe que "houve levantamento de autos, pelo menos", embora desconheça "se vão aplicar a coima ou não".

Apesar de tudo, garantiu que "as vendas correram muito bem", nesta feira que começou na quinta e termina hoje, com alguns expositores, nomeadamente entre os 75 produtores de fumeiro com toda a mercadoria vendida.

Jornal de Notícias

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