sexta-feira, 16 de março de 2018

BE questiona Governo sobre encerramento do Centro de Distribuição Postal de Vimioso

O Bloco de Esquerda (BE) questionou ontem o Ministério do Planeamento e das Infraestruturas sobre o encerramento do Centro de Distribuição Postal dos CTT em Vimioso, cujo serviço foi centralizado no concelho vizinho de Miranda do Douro.
"Este encerramento faz com que se acrescentem várias dezenas de quilómetros aos circuitos diários dos carteiros que servem o concelho de Vimioso, contribuindo para a fragilização sucessiva do interior", lê-se no requerimento ao Governo apresentado no parlamento pelo deputado do BE Heitor de Sousa.

O deputado bloquista questiona nomeadamente se o Governo não considera que este encerramento viola o dever de interesse e de serviço público a que a administração dos CTT deve estar obrigada.

Outras da questões levantadas por Heitor de Sousa é "se à luz dos consecutivos encerramentos de balcões e postos de distribuição, como vê o Governo a absorção consecutiva da maioria dos lucros gerados pelos CTT por parte dos acionistas" e "que diligências pretende o Governo tomar para garantir o normal funcionamento do serviço postal em Portugal".

"Em 2013 os CTT encerraram mais de uma centena estações de correios por todo o país. O Governo de então - do PSD e do CDS-PP - estava a preparar a privatização deste serviço público e não olhava a meios para agradar aos privados", indica o requerimento.

Para o BE, "depois da privatização aconteceu o que se esperava que acontecesse: os grupos privados que ficaram à frente dos CTT geriram as operações com base nos seus interesses próprios".

"Ao invés de maior investimento no serviço público, os acionistas repartiram lucros entre si e foram delapidando o serviço postal existente em Portugal", indica o BE.

Segundo o requerimento, os lucros e a sua respetiva distribuição aos acionistas desmentem as declarações dos agora responsáveis pelos CTT, que advogam a necessidade de "reestruturar, despedir e encerrar" para garantir a sua sustentabilidade económica.

Os bloquistas consideram que se afigura "inaceitável a pretensão de encerramento de mais 22 balcões de correio", um pouco por todo o país.

O centro de distribuição é o local onde toda a correspondência do concelho é recebida, a partir do qual é levada para cada morada.

FYP // MSP
Lusa/fim

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