quinta-feira, 17 de maio de 2018

Mais um caso de vespa da galha do castanheiro em Parâmio, Bragança

Na aldeia de Parâmio, Bragança foram detectados casos de castanheiros centenários infectados com a praga da vespa desta árvore.
Ontem, foram efectuadas largadas do parasitóide que vai ajudar a combater este insecto que prejudica a produção de castanhas, da ordem de 20 % a 80%, no pior dos cenários. O investigador do CIMO - Centro de Investigação do Instituto Politécnico de Bragança, Albino Bento referiu que neste caso, o ataque deste insecto é bastante significativo no souto centenário: “o ataque é grande. Só foi detectado, na sexta-feira passada, e não se conhecia este foco. Só se conhecia o foco de Espinhosela que foi detectado e foi sinalizado, no ano passado, e reportado para a Direcção Geral de Agricultura, como tem de ser. O foco de Espinhosela é menos intenso que este aqui apresentado. Este está a infectar já castanheiros centenários, numa mancha grande e com um ataque bastante grande”, alertou o investigador.

O investigador destaca que para combater de forma biológica com a largada do parasitóide, torymus sinensis, é fundamental que os agricultores realizem um trabalho de prospecção nos terrenos para a sinalização da praga: “quem tem a obrigação primeira de reportar estes focos de vespa da galha da castanheira, às associações de agricultores e à Direcção Geral de Agricultura são os agricultores. Os agricultores têm que realizar um trabalho forte de prospecção e sinalização dos focos, durante esta primavera, de forma a se planear as largadas para o próximo ano” sustentou Albino Bento.

Para esta sinalização da praga acontecer é necessário que os agricultores conheçam a praga: “Estas galhas que surgem agora na altura de rebentação do castanheiro, em que ao vez de despontarem folhas normais, saem folhas com estas galhas. Ou então o mais normal, que é nos rebentos em vez de saírem gomos que vão dar origem a frutos no próximo ano, sai uma galha porque no ano anterior foi depositado um (dois, três) ovo (s) nos rebentos do castanheiro” explicou o professor do IPB.  

Albino Bento deixa algumas medidas a tomar de precaução aos agricultores: “Nas zonas onde se fazem plantações, os agricultores têm a obrigação neste mês de Maio passar pelos soutos que plantaram e se tiverem galhas colher e destruir. Deve se passar mais que uma vez pelos soutos porque a rebentação não acontece toda ao mesmo tempo. Portanto, até ao fim de Maio, antes da saída dos adultos da vespa são obrigados moralmente a fazer a colheita das galhas e destrui-las. Também alerto para o facto de que os castanheiros que se estão a comprar estão já infectados” avisou Albino bento.

O proprietário dos castanheiros, que a Rádio Brigantia visitou ontem, é Nuno Fernandes contou que foi na semana passada que deu conta do problema, quando se estavam a realizar lavragens e posteriormente deram o alerta.

AGRICULTORES DEVEM COMUNICAR O PROBLEMA ÀS AUTORIDADES

O presidente de junta de Freguesia de Parâmio, Nuno Diz destacou a importância de sinalizar focos da praga do castanheiro: “considero que seja da importância de todos, uma vez que se trata de uma riqueza para a região. É importante que quando vamos verificar os soutos da existência de galhas contaminadas seja comunicado de imediato aos presidentes de junta e à Direcção Geral de Agricultura porque é de importância máxima sinalizar o problema. Este processo é importante porque será possível no próximo ano decorrerem mais largadas. Alguns agricultores quando encontram a infecção, não sei se por desconhecimento, ou por considerarem que estão a proceder de forma correcta, cortam os ramos e queimam, mas não comunicam às autoridades” evidenciou Nuno Diz.

Para a próxima quarta-feira, vão decorrer 24 largadas biológicas em Vinhais para combater este problema nos castanheiros.

Escrito por Brigantia
Maria João Canadas

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